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Kleshas - Yoga Integrativa

Os Cinco Kleshas

Sofrimento e tristeza indicam que há algo incompleto em nossas vidas. Desde o princípio, os homens já haviam percebido que há algo mais na vida do que conforto material. Podemos constatar este fato desde as pinturas nas cavernas até a procura pelo verdadeiro significado espiritual que se deu através do Yoga e de outras formas de espiritualidade. Parece que o sofrimento continuará a existir se nós insistirmos em buscar uma solução no mundo material e que chegaremos a um final somente quando percebermos a verdadeira causa do sofrimento em si. As causas do sofrimento estão descritas no Yoga Sutra de Patanjali como ” os cinco kleshas”. Kleshas significa uma obstrução e também pode ser traduzido como uma doença, ou fatores de sofrimento.

 

  • O primeiro Klesha, Avidhya, é uma falta de compreensão fundamental que somos parte integral de um plano maior. Avidhya é um senso básico de separação do mundo em que vivemos e do nosso criador, o que resulta num contínuo sofrimento e ansiedade existenciais. Pode ser entendido como a ignorância que possuímos com relação a nossa verdadeira essência.

 

  • O segundo Klesha, Asmita,  é um senso exagerado de desequilíbrio de individualidade, uma noção distorcida do eu. Quando enxergamos o mundo com os olhos de avidhya, tudo se torna uma ameaça, desafio, conflito ou competição. A vida se transformou em um jogo de “eu contra o mundo”. Devido ao fato de a verdadeira natureza do mundo ser um todo integrado do qual fazemos parte, o jogo de conflitos não tem um verdadeiro vencedor. Isto se faz realmente verdadeiro devido às leis do karma. Cada vez que parecemos estar ganhando, plantamos mais sementes de conflito e, consequentemente, mais sofrimento.

Leia também: Asana na Yogaterapia, Conheça os Benefícios do Yoga

 

  • Os terceiro e quarto Kleshas são Raga e Dvesa, que podem ser compreendidos como nossas preferências e aversões. Quando nossa visão de mundo é baseada em avidhya e a nossa atividade vem de asmita, a vida se torna uma montanha russa, com altos e baixos, baseada em conseguir o que queremos e evitar o que tememos ou não gostamos. Este estilo de vida pode nos dar a impressão de que estamos no controle, mas, quando analisamos mais de perto, torna-se óbvio que é este conjunto de preferências e aversões que, em realidade, nos controla. Além disso, nossas preferências e aversões são normalmente resultados de nossos padrões de atitudes condicionadas, baseadas na cultura, família e sociedade. Estas tendências presentes em diferentes camadas de condicionamento, associadas aos ciclos de dor e sofrimento gerados, são chamadas de samsara. Este sofrimento não está limitado à dor emocional, pois quando nossos gostos e aversões não são administrados adequadamente, o resultado é o estresse que, ao torna-se crônico, poderá criar condições propícias ao aparecimento de sintomas e condições de saúde a ele relacionadas.

 

  • O quinto Klesha é Abhinivesa,que significa “medo” ou “medo da morte”. Este medo engloba todos os nossos medos e ansiedades. è a conclusão lógica da vida sob o ponto de vista de avidhya. O sentido de abhinivesa é mais bem resumido pelo famoso ditado existencialista “O homem nasce sem ter razão, vive do medo e morre por acaso”. A visão do Yoga é totalmente oposta: “O homem nasce imortal na forma do seu eu verdadeiro, vive para alinhar-se com as leis universais que são parte deste mesmo eu verdadeiro, e, mesmo quando o corpo morre, este eu permanece eternamente completo e integral”.

 

Por Lilian Aboim e Joseph Le Page

A História do Yoga - parte III

A História do Yoga – parte III

III. Época do Vedanta – de 2 mil a 3 mil anos atrás – Caminhos de Yoga: Jnana Yoga, Karma Yoga

 

Yoga é a união com deus na forma de uma experiência pessoal simbolizado no OM

  • Vedanta quer dizer a culminação ou o final dos Vedas.
  • Na cultura Védica a conexão com Deus foi principalmente através dos sacerdotes
  • No Vedanta o indivíduo estabelece uma conexão tão íntima com Deus que se descobre que não há separação entre eu e Deus.

 

Reflexão, meditação, mantra

  • Esta união está codificada no grande paradigma do Vedanta: Atmam é igual a Brahmam, o que quer dizer que a alma individual é idêntica a Brahmam, a alma de toda a criação OM

 

A importância do guru e dos textos sagrados/ a importância de estudos profundos

  • Os ensinamentos do Vedanta chamam-se Upanishads que quer dizer sentar perto do Guru que transmite o conhecimento do Brahmam, ou seja, é sentar-se o mais próximo possível de seu Ser real, que é Brahmam.     
  • Os Upanishads estão escritos como diálogos entre Guru e discípulo, pai e filho ou esposa e marido.
  • Guru quer dizer líder ou autoridade, porque a mensagem dele poderia ser sentida diretamente e poderosamente. Guru também significa escuridão e luz, porque o Guru é quem guia da escuridão para a luz.
  • O conhecimento de Vedanta está codificado em grandes ditados chamados de Mahavakyas, que incluem:

 Tat Tvam Asi – Você é aquilo; Aham Brahmasmi –Eu sou Brahmam; Sarvam Khalvidam Brahman – toda a criação é Brahmam.

  • Este conhecimento da união da alma individual com toda a criação com enfoque nos estudos dos textos sagrados chama-se Jnana Yoga, o Yoga de conhecimento.

 

A importância de auto estudo – viver plenamente no mundo sem apego e expectativa do resultado das ações para purificar a personalidade

  • A cultura de Vedanta dá ênfase à renúncia e saída do mundo para morar em retiro na floresta junto com outros discípulos, em um ashram com a inspiração e comunicação direta de um Guru.
  • O conceito da renúncia se transforma no Bhagavad Gita para um entendimento que viver no mundo é necessário para trazer à tona os gostos e desgostos que são obstáculos à liberdade.
  • Krishna ensina a Arjuna como viver no mundo, atuando para purificar a mente, sem apego aos frutos ou aos resultados para finalmente reconhecer o nosso Ser real.
  • Utilizar as experiências do dia a dia para purificar a personalidade se chama Karma Yoga.

 

Por Joseph Le Page

Samkhya - Yoga Integrativa

A História do Yoga – parte II

Continuação sobre a História do Yoga. Acompanhe abaixo.

 

  1. Samkhya – Uma filosofia originada a aproximadamente 3 mil anos atrás que influenciou todas as outras tradições de Yoga que vieram depois. Jnana Yoga

Caminho espiritual como ciência de descrição da natureza do universo e da mente

  • Esta filosofia se enxerga como a mãe da ciência;
  • Os conceitos de avidya, ignorância e sofrimento e kaivalya, iluminação como salvação aparecem pela primeira vez;
  • O objetivo era descrever todos os componentes do Universo com espírito como o mais fundamental;
  • O Samkhya original não faz referência ao Deus porque o objetivo é investigação científica e não religiosa; 
  • Samkhya declara que o Universo é uma escola onde podemos descobrir nossa verdadeira natureza com espírito;
  • O puro espírito, purusha, é visto como distinto da matéria, prakriti;
  • Todo Yoga que surgiu depois se baseia nessa filosofia de uma forma ou outra;
  • A metodologia de Samkhya é a contemplação sobre o espírito e discernimento entre matéria e espírito.

• O que mantém a pessoa presa à matéria é a atividade dos três gunas – rajas, tamas e sattva.

 

Reconhecimento do Ser real como propósito da vida / A personalidade como matriz de condicionamentos que produzem sofrimento/ reencarnação como destino de quem não reconhece o ser real 

  • Dentro da filosofia samkhya, o mundo existe como escola para reconhecer o Ser Real; 
  • A personalidade e todos os gostos e desgostos associados a ele, são considerados condicionamentos que não refletem o Ser real; 
  • Sofrimento serve para nos avisar que estamos nos afastando da nossa verdadeira natureza; 
  • Experiências, paz e harmonia que desabrocham de dentro para fora, nos indicam que estamos nos aproximando do Ser real;  
  • Enquanto o purusha não seja reconhecido, continuamos num ciclo de nascimentos intermináveis.

 

A Natureza do mundo sob a influência dos gunas

Por causa da polaridade das gunas, o mundo material por si mesmo não oferece felicidade, mas cria sofrimento e limitação.

  • Rajas é uma energia de desejo e expansão relacionada a busca de felicidade e satisfação no presente e futuro;
  • Rajas tem valor quando está canalizado para o caminho espiritual;
  • Tamas é uma energia de inércia, conservadorismo e estagnação que tende a enfocar no passado; 
  • A energia de Tamas é necessário para criar chão para a jornada espiritual;
  • Sattva é uma energia de equilíbrio que tem enfoque no momento presente. Associada com emoções positivas como amor e compaixão, leveza e abertura do coração, Sattva é um portal para a experiência de iluminação;
  • Por ser uma montanha russa de altos e baixos, a única maneira de evitar enjoo é saindo do jogo de tentar encontrar felicidade na matéria e encontrá-la dentro de si.
meditação de ano novo

Uma Resolução de Ano Novo de Yoga

Patanjali Yoga Sutras 1.1 diz: atha yoga anuśāsanam. Portanto, (quando o aluno está preparado), a instrução em Yoga (começa).

A decisão de iniciar a jornada do Yoga é uma encruzilhada onde escolhemos conscientemente entre formas de fazer e ser que causam limitação e sofrimento e a jornada do Yoga que leva a uma maior alegria, equanimidade e clareza.

Ao longo desta jornada, também nos abrimos para receber níveis aprimorados de saúde e vitalidade que são um suporte essencial para nossa jornada.

Essa encruzilhada é ainda mais importante quando entramos no Ano Novo, que é tradicionalmente um momento de afirmações, resoluções e novos começos.

Para criar afirmações positivas para o novo ano, você explorará quatro facetas diferentes da vida diária.

Dentro de cada um, você refletirá sobre suas atitudes e tendências antes de começar a praticar Yoga e como elas evoluíram desde o início da prática de Yoga.

Com essa clareza, você criará uma intenção de maior crescimento e transformação no novo ano.

 

Vamos praticar?

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Namastê!

Movimentos Somáticos, o que são?

A palavra Somáticos vem da palavra grega “soma”, que quer dizer “a experiência do corpo experimentado de dentro.”

Esta palavra foi adaptada por Thomas Hanna para descrever movimentos do corpo sentidos com alto grau de propriocepção.

As abordagens de Thomas Hanna são baseadas em técnicas fisioterapêuticas e estudos de pesquisa neurológicas de Hans Selye e Moshe Feldenkrais. Ele combinou ambas as disciplinas médicas em um método de terapia corporal holístico. Selye era um dos primeiros estudiosos dos efeitos de estresse e os danos que causa no corpo. Feldenkrais era engenheiro nas forças armadas Britânicas.

Ele ficou lesionado na segunda guerra mundial e recebeu o diagnóstico que não poderia mais caminhar. Então, começou a estudar tudo sobre a Fisiologia, Neurologia e Biomecânica do movimento para sua própria cura. As suas experiências centralizadas no conceito de que os sistemas musculoesqueléticos e nervosos poderiam ser reeducados deram origem ao Método Feldendkrais.

Leia também: Meditação dos 5 Elementos

Hanna desenvolveu um tratamento de terapia corporal para tensões musculares crônicas, traumas profundos e estados agudos de tensão. Para ele, essas doenças não representam a degradação da estrutura corporal relacionada à idade, mas sim, desequilíbrios no funcionamento sensorial do corpo. 

Amnésia Sensorial

Segundo Hanna, quando o corpo sofre traumas musculoesqueléticos, ele assume comportamentos inadequados e muitas vezes dolorosos, armazenados inconscientemente, como se fosse normal. Hanna usa o termo “amnésia sensorial”, se referindo ao esquecimento do funcionamento correto de um músculo dentro do sistema nervoso. Um exemplo de amnésia sensorial seria a postura com a cabeça e os ombros inclinados para frente que uma pessoa desenvolve passando muito tempo sentada em frente ao computador. Depois de um tempo, o corpo considera esta posição como normal, mesmo ocasionando dores, tensões e desconfortos.

A solução para essas adaptações inadequadas é reeducar o sistema nervoso. Essa reeducação acontece através do aumento proprioceptivo, sentindo o corpo da forma mais nítida, de dentro para fora. A propriocepção é estimulada pelo meio de movimentos mais lentos e conscientes, fazendo todos os movimentos como se estivéssemos aprendendo pela primeira vez.

 

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