O que é Yoga?

Yoga vem da raiz sânscrita yuj que significa unir, juntar, ligar ou conectar. Seu uso original mais comum é amarrar cavalos a uma carruagem. 

O sânscrito é uma língua indo-europeia que se originou na Turquia moderna há pelo menos 10.000 anos. Este grupo linguístico espalhou-se para oeste na Europa e no Leste para a Índia. 

Derivações da palavra Yoga estão presentes em todos os idiomas deste grupo com no inglês yoke e no português “conjugar”. 

O uso da palavra Yoga evolui ao longo da história, mantendo este tema básico de união, unidade e conexão. Isso inclui:

  • Unir a alma individual à Alma Universal
  • Integrar corpo, mente e Espírito como base para o despertar espiritual
  • Reinar nos sentidos para que a mente se focaliza num ponto único para a meditação.

Yoga no Rig Veda – 5000 anos atrás

A palavra Yoga aparece como uma disciplina psico-espiritual pela primeira vez no Riga Veda de aproximadamente 5.000 anos atrás. 

O Rig Veda é um compêndio de 100 mil hinos dedicado a divindades védicas como o fogo, Agni, o sol Surya, e o vento ou respiração, Vayu

Os sacerdotes brâmanes utilizavam estes hinos em forma de mantras para realizar rituais em honra dessas divindades. 

A raiz yuj aparece várias vezes no Rig Veda em seu significado original de amarrar cavalos a uma carruagem, mas também é usada em um sentido simbólico. 

Em Rig Veda 5.81.1, O sacerdote, bem hábil em hinos, une, yunjate, a mente, manas, pelo pensamento, dhiyo, a divindade do sol, surya. Esta habilidade de focalizar a mente para unir-se ao Divino é a base de todas as outras definições de Yoga.

Yoga nos Upanishads – 3000 anos atras

Os Upanishads representam uma continuação dos Vedas, mas o praticante alcança a união com Deus diretamente em vez de utilizar a intermediação dos sacerdotes como nos mantras do Rig Vedas. 

A realização essencial dos Upanishads é que a alma individual, atman, é uma com a Alma universal, Brahman.

 Essa união está expressa em Maha Vakyas, Os Grande Ditados como em Ayam Atma Brahma, eu sou o Atma, a alma e Brahman, o universal (Mandukya Upanishad I.2.). Todas as técnicas e processos que sustentam esta união são chamados de Yoga. 

yoga̍m sthi̱rām i̍ndriya̱-dhāraṇām – Yoga é o controle dos sentidos 

O controle constante dos sentidos, é considerado yoga; Katha Upanishad 6:10/11

Neste verso, vemos o uso da palavra Yoga diretamente relacionado ao significado original de usar as rédeas da mente para controlar os cavalos dos sentidos. Esta imagem se repete ao longo da história do Yoga.

Yoga ektatvam prāna manasor indriyānām – Yoga como integração 

A unidade da respiração, da mente e dos sentidos, e depois a entrega de todas as concepções na mente, isso se chama Yoga.” Maitri Upanishad; 6.25

O meio para cultivar maestria sobre os sentidos é a sua integração com a respiração e a mente, mostrando que, no yoga, devemos primeiro nos integrar com aquilo que desejamos controlar. 

 Yoga ārogyam – Yoga é saúde

A perfeição no yoga, dizem, é demonstrado na leveza, saúde do corpo, na ausência de desejo, na clareza e agradabilidade da voz, no odor doce e nas leves excreções. Shvetashvatara Upanishad 2.13

Mesmo nessa época de Yoga antiga, já se vê o relacionamento íntimo entre a prática de Yoga e a saúde corpo-mente.

Yoga no Bhagavad Gita – 2,500 anos atras

O Bhagavad Gita é uma continuação da filosofia dos Upanishads em que nosso propósito de vida é a união do ser individual, atma, com o Ser universal, Brahman

Os Upanishads se focalizam na necessidade de se afastar do mundo para encontrar essa união. O Bhagavad Gita focaliza em agir e trabalhar no mundo para alcançar esta união. 

Nossa atividade no mundo para alcançar a união espiritual se chama Karma Yoga, que traz à tona todos os padrões de pensamento e sentimento que criam limitação e sofrimento. 

O processo de ver e liberar esses padrões na vida diária, Karma Yoga, é refletido nas definições de Yoga no Bhagavad Gita.

Yogaḥ karmasu kauśalam – Yoga é ação consciente

Aquele cujo é estabelecido na sabedoria, transcende aqui neste mundo tanto os bons quanto os maus karmas, portanto, une-se ao Yoga, Yoga é ação consciente. Bhagavad Gita 2.50

Ação consciente é a capacidade de enxergar claramente quem não somos (a personalidade condicionada) e quem somos (o verdadeiro Ser ilimitado). Karma Yoga envolve ação consciente cultiva atitudes e qualidades positivas e liberar atitudes e ações que causam sofrimento. A ação consciente é cultivada na vida diária, através do testemunho consciente, observando os padrões e tendências, sem reprimir, reagir inconscientemente ou identificá-los como “eu” e “meu”. 

A ação consciente também é a aceitação de nossos próprios padrões e tendências, reconhecendo que eles estão profundamente enraizados e, portanto, não serão liberados tão cedo. 

Samatvam yoga ucyate – Yoga é equanimidade

Estando firme na prática do Yoga, realize ações no mundo, mas sem apego, Arjuna, sendo indiferente ao sucesso ou fracasso. Pois equanimidade é a definição de Yoga.  Bhagavad Gita 2.48

Através da capacidade de agir com consciência, há um aumento natural na estabilidade psicoemocional, que nos permite viver com mais equanimidade. A essência da equanimidade é a capacidade de ver desafios, questões e problemas como oportunidades para transformação, e não como problemas para serem resolvidas,

Essa mudança de atitude é fundamental para a união com o nosso Ser Real, pois enquanto vermos a vida como algo que precisa ser consertado ou conquistado, estaremos sempre tendo de solucionar os problemas de fora para dentro, que segundo Yoga, só podem ser solucionados de dentro para fora. 

Duḥkha Saṁyoga Viyogaṁ – Yoga é a separação das causas do sofrimento

Yoga é a separação das causes do sofrimento (na personalidade condicionada) Bhagavad Gita 6.23

Esta definição enfatiza o papel do Yoga em liberar as podrões e tendências que causam sofrimento ao nível da personalidade condicionada. 

Essa identificação e o sofrimento que a acompanha são tão arraigados e inconscientes que a maioria das pessoas nem reconhece como os condicionamentos geram limitação e sofrimento. 

A prática de Yoga trará a tona essas crenças limitantes e vai gradativamente liberá-las. 

Yogaḥ Yuktaḥ – Yoga é moderação

Para aquele que é moderado na comida, na diversão, no sono e na vigília, cujos ações são disciplinados, o yoga destrói todo sofrimento. Bhagavad Gita 6.17 

Neste verso, vemos que, embora o Yoga exija disciplina, controle e maestria, é essencialmente a arte e a ciência do equilíbrio que evita os extremos. 

Este verso nos aconselha contra práticas rígidas e a austeridade excessiva.

Este equilíbrio é muitas vezes comparado à afinação de um instrumento musical. 

Se as cordas estão muito soltas, o som é desequilibrado e se as cordas estão muito apertadas, o som também é desequilibrado, mas quando o instrumento está perfeitamente afinado, o som é doce e harmonioso.

Yoga nos Yoga Sutras de Patanjali – 2.000 anos atrás 

Os Yoga Sutras de Patanjali são fortemente influenciados pelos Upanishads, mas têm outras influências importantes. A primeira é a filosofia Samkhya, uma ciência de libertação espiritual. 

A outra influência é o Budismo, que é uma tradição espiritual que focaliza na disciplina, na ética e, especialmente, na meditação. 

As definições de Yoga nos Yoga Sutras refletem essas influências, mas a mais importante é a meditação. 

Yogaḥ aṣṭāṅgayogaḥ – Yoga é Corporificado nos 8 Angas

yama niyamā ‘sana prāṇāyāma pratyāhāra dhāraṇā dhyāna samādhayo ‘ṣṭāv aṅgāni – Yoga Sutra 2.29

Os oito angas são considerados o coração do Yoga porque abrangem todas as facetas da prática. 

Começa com os fundamentos éticos, continua com as práticas para o corpo e a respiração, seguidas por uma introversão dos sentidos, o que permite concentração em um único ponto. 

Essa concentração serve como base para a meditação, que culmina em absorção meditativa, samādhi, como uma porta para o reconhecimento de puruṣa como nosso Ser real.

Yogaś citta vṛtti nirodhaḥ – Yoga é o aquietar das atividades da mente

O Yoga Sutras de Patanjali 2.3 define Yoga como aquietar a mente. Essa calma pode ser experienciada em três níveis, que são abordados ao longo dos Yoga Sutras. 

O primeiro é observar os pensamentos e emoções sem identificar-se com eles. 

O segundo nível é a experiência da mente silenciosa, que acontece gradativamente através da prática da meditação apoiada pelos demais angas de Yoga. 

O terceiro nível, que acontece na prática do samadhi é reconhecer que a natureza original da mente é silêncio.

Yogaḥ abhyāsaḥ – Yoga é pratica com disciplina

Yoga é uma experiência de união em vez de ser uma filosofia ou uma religião. 

Todas essas técnicas e teorias são maneiras de abrir uma porta para uma experiência de união que vai além das palavras e além da mente. 

Por isso, Yoga é sempre prática, e a teoria é só para guiar a prática. 

Yogaḥ samādhiḥ – Yoga é samadhi

Cada um dos angas do Yoga, quando praticado com sinceridade e esforço, nos prepara para a quietude completa da mente que é experimentada em Samadhi

Essa experiência é a essência da prática de Yoga, na perspectiva dos Yoga Sutras de Patanjali. 

Samadhi é um estado de profunda absorção meditativa, no qual nos concentramos exclusivamente em um único objeto de meditação e nos fundimos completamente com esse objeto, de modo que o meditador e o objeto da meditação se unam como uma única entidade.

Existem vários níveis de Samadhi e, à medida que aprofundamos nossa prática, nosso objeto de meditação torna-se cada vez mais sutil, até que é completamente transcendido e permanecemos na experiência de puro Ser consciente, além do mundo dos pensamentos, conceitos, teorias ou crenças. 

Yoga nos textos de Hatha Yoga de 1.000 anos atrás 

O corpo ganha importância nas práticas de Hatha Yoga, que começaram há 1.000 anos. Estas práticas que incluem os asanas e pranayamas visam fortalecer e purificar o corpo para que ele se torne um veículo para a transformação espiritual e, finalmente, um templo do Divino. 

Os textos de Hatha Yoga muitas vezes se referem ao corpo como ghata, uma panela de barro, que precisa ser “cozida” e purificada para que não se desmanche quando jogada na água da vida diária. 

Yogaḥ ghaṭa śuddhim Yoga é purificação e fortalecimento do corpo.

Como uma panela de barro não assada jogada na água, o corpo logo decai neste mundo. Asse duro no fogo do Yoga, a fim de fortalecer e purificar o corpo. Gheranda Samhita 1.8

Kevalam rajayogaya hathavidyopadisyateAs práticas de Hatha Yoga existem exclusivamente para alcançar Raja Yoga, meditação. HYP I.2

Os textos de Hatha Yoga têm influências dos Yoga Sutras de Patanjali. Mesmo com forte ênfase no desenvolvimento e purificação do corpo, todos os textos de Hatha Yoga clarificam que o desenvolvimento do corpo é um meio e não um fim em si mesmo. 

O fim é o reconhecimento do Ser real, que acontece através da meditação, chamada raja yoga, o Yoga do rei, sendo o Yoga mais elevado. 

Yogaḥ Saṁyogaḥ jīvātmanparamātmanYoga é a união da psique individual com o Eu transcendental.  Yoga Yājnavalkya (1.44)

Aqui, nós percebemos que a definição original de Yoga continua ao longo da sua história.

Yogaḥ sūryā candraḥ – Yoga é a união de sol e lua 

Yoga é a união do sol e da lua, do eu individual com o Eu universal e a unificação de todas as dualidades. Yogabija 89

Os textos de Hatha Yoga focam na integração de todas as polaridades da vida para no final encontrar união e harmonia. Essas polaridades são físicas como o lado direito e esquerdo do corpo e também psicológicas, como feliz e infeliz. 

Essas polaridades são incorporadas no corpo sutil na forma dos nadis Ida e Pingala. Através das práticas de Hatha Yoga, encontramos integração, união, centramento e harmonia, incorporado no sushumna nadi e na experiência de realização espiritual. 

Yoga como um todo

Yogaḥ Saṁyogaḥ – Yoga é União

O conceito de Yoga como união engloba uma ampla gama de significados, cada um dos quais contribui para o entendimento do Yoga como um todo. 

O significado final de Yoga como união é a junção da alma individual, Atman, com o Eu Universal, Brahman, que é a compreensão de que o objetivo primordial da jornada de vida de cada indivíduo é a união com o seu Ser Real, que é ao mesmo tempo o Ser Universal e a Fonte da Criação.

União com corpo – Começamos essa jornada de união no nível mais palpável: a união com o nosso próprio corpo. Embora nos relacionemos com o corpo como “eu” e “meu”, nosso relacionamento muitas vezes carece de profundidade ou intimidade real. 

De fato, nosso corpo é frequentemente tratado como um objeto ligeiramente estranho, usado pela personalidade cotidiana em sua busca por sobrevivência, reprodução e hierarquia social. 

Através do Yoga, nos unimos completamente ao nosso corpo, otimizando o seu funcionamento e transformando-o em um veículo apropriado para a jornada de união com o nosso Ser Real.

Exercício: Viaje pelo corpo parte por parte sentindo cada parte completamente como se fosse a única coisa que existe. Note que enquanto a consciência do corpo se aprofunda, a parte do corpo que estamos habitando cresce dentro da consciência. Ao final, sinta o corpo como um todo. 

União com a respiração – Essa união com o corpo serve como base para nos unirmos à nossa respiração, através do pranayama, a ciência da respiração yógica. 

À medida que desenvolvemos o domínio sobre a nossa respiração, equilibramos o sistema nervoso, reduzindo estresse e cultivando equanimidade, o que serve como um alicerce para a nossa jornada de união com o nosso Ser Real. 

A união com a respiração naturalmente desperta a consciência para o nosso corpo de energia sutil, uma dimensão expansiva do nosso ser que transcende completamente nossos pensamentos, sentimentos e crenças cotidianas, afrouxando, assim, a nossa rígida identificação com a personalidade.

Exercício: Respire nos pulmões individualmente, depois nas partes anterior e posterior dos pulmões, em seguida, nos lados do corpo utilizando a narina do lado que estamos focando. Finalmente, pratique a respiração das narinas alternadas juntamente com os lados do corpo. Inale pela narina esquerda enviando o ar para o lado esquerdo do corpo, exale pela narina direita focando no lado direito do corpo. 

União com a mente – A união com a nossa respiração e com o nosso corpo de energia sutil cultiva uma expansividade em nosso ser psicoemocional, que nos permite olhar para ele com mais abertura e objetividade. 

Por fim, passamos a enxergar a mente cotidiana, manas, não mais como a nossa verdadeira identidade, mas como um lugar onde os padrões limitantes de pensamentos, sentimentos e crenças habitam. 

O primeiro passo para a liberação desses condicionamentos é nos unirmos a eles profundamente de modo a tomar consciência de como eles causam sofrimento e limitação. 

Através de uma maior intimidade e consciência do nosso ser psicoemocional, vemos que a personalidade é, na verdade, um conjunto de condicionamentos na forma de instintos evolutivos de sobrevivência e influências da cultura, sociedade e família, todos distintos do nosso Ser Real. 

Exercício: Focalize sua atenção em um desafio que está enfrentando na sua vida atualmente. Sinta este desafio em seu corpo, notando a localização, a cor, o peso, o formato, a densidade, e outras características. Simplesmente observe sem tentar modificar ou eliminar. Note como o espaço criado cultiva objetividade que permite mais relaxamento e clareza. 

União com a mente superior – Esse gradual reconhecimento da natureza limitante dos condicionamentos da personalidade naturalmente desperta a nossa mente superior, buddhi, que nos permite testemunhar pensamentos, sentimentos e crenças limitantes sem reprimir, reagir inconscientemente ou se identificar com eles como “eu” e “meu”. 

À medida que despertamos a mente superior, o testemunho torna-se espontâneo e natural, gradualmente liberando as tendências de negatividade, hostilidade, inadequação e incapacidade. 

Essa união com a nossa mente superior através do testemunho consciente é especialmente importante nos momentos em que experimentamos perda, dor e sofrimento, uma vez que, por trás de toda experiência de limitação, sempre existe a possibilidade de enxergar uma crença limitante, que é a causa da dor psicoemocional. 

Exercício: Meditação da prateleira

União com o Ser Real: Através da consciência e liberação de pensamentos, sentimentos e crenças limitantes, um espaço é criado para a compreensão da definição essencial de Yoga como união. Esta união seria uma união com o Ser Real, que é a pura consciência, inerentemente plena, o Ser Universal no coração de toda a criação, cuja verdadeira essência é união.

Exercício: Focalize nas qualidades inerentes do Ser real: harmonia, plenitude, paz, ilimitação, desapego, clareza, destemor.

meditação de ano novo

 

Por Joseph Le Page
Diretor e Co-fundador da Editora Yoga Integrativa

A História do Yoga – parte V. Yoga Sutras de Patanjali – de 2.000 anos atrás – Raja Yoga

Codifica a essência das tradições anteriores

O texto filosófico Yoga Sutras de Patanjali, datado de aproximadamente dois mil anos, codifica os princípios essenciais do Yoga em 196 aforismos, chamados sutras. Os Yoga Sutras definem a visão do Yoga, suas práticas e técnicas, bem como as experiências que surgem ao longo da jornada que culmina em uma experiência de liberdade espiritual, chamada kaivalya.

Os oito níveis ou angas do Yoga, chamados de Ashtanga Yoga, são muitas vezes considerados o coração dos Yoga Sutras, formando a base para o estudo e a prática do Yoga. Os oito angas traçam o caminho completo da transformação espiritual, começando com os valores éticos; seguido pela integração do corpo e da respiração; preparando-nos para estados progressivamente mais profundos de meditação, levando a uma experiência de absorção completa, samadhi.

Os Yoga Sutras de Patanjali representam uma congregação dos pontos de filosofia e práticas das tradições anteriores mais importantes. Do Samkhya, recebe a noção purusha e prakriti; com prakriti feito dos cinco elementos. De Vedanta, recebe o conceito de karma, de Ishvara e da importância do OM. Do Budismo, recebe a importância de desapegar da vida, cuja natureza é de sofrimento. Também recebe a importância da disciplina e de meditação.

A filosofia dos Yoga Sutras se encontra de forma concisa nos quatro primeiro sutras:

– Sutra I.I Atha Yoga Anusásanam – Agora o ensinamento do yoga.

O ensinamento começa quando chegamos a um trevo na vida. Antes sempre escolhíamos o caminho de felicidade através dos objetos ao nosso redor.   Através de várias experiências de insatisfação, decidimos optar por outro caminho, o caminho de autotransformação que é o caminho de Yoga. Nesse caminho de Yoga, eu reconheço que eu sou o problema e também a solução.

Desde o momento em que escolho o caminho de Yoga aprendo a despertar a experiência da completude dentro de mim, a felicidade independe dos fatores externos. Desde o momento em que escolho o caminho do Yoga eu uso as experiências para aprender sobre eu mesmo através de observar as minhas reações e de agir com inteligência ao invés de reagir inconscientemente.

Eu escolho o caminho de autotransformação, o caminho do Yoga.

– Sutra I.II Yogah Chitta Vritti Nirodhah – Yoga é a cessação dos movimentos na consciência. (tradução literal)

Yoga é a dissolução da identificação com padrões de pensamentos dentro da consciência. (intenção da tradução). Antes de escolhermos o caminho do Yoga nos identificávamos com os pensamentos como, eu e meu. Também atuamos no mundo como se a personalidade, a fonte dos pensamentos pudesse oferecer felicidade e paz. O processo de pensar, e especialmente de projetar a mente no passado e para o futuro é um dom do Ser Humano. O problema não existe nos pensamentos, mas na confusão de enxergar ou de confundir o Ser real com a personalidade.

A minha mente serve como veículo para a minha própria libertação.

– Sutra I.III Tada Drastuh Svarupe Avasthanam – Então o testemunho se estabelece, na sua própria natureza. (tradução literal).

Este sutra define o objetivo do yoga, o estado que nós experimentamos quando conseguimos resolver os vrittis.  A experiência da nossa própria natureza como plenitude e paz é intrínseca. Isso que dizer que não é um estado criado por técnicas de yoga e muito menos por buscar prazer e sucesso no mundo.  Este estado é composto de Sat-Chit-Ananda.

Sat quer dizer verdade e refere-se a uma experiência do ser real que é inconfundível. Autoconhecimento é acompanhado por uma experiência de entendimento da natureza sutil de tudo.

Chit quer dizer consciência e refere-se à qualidade de infinitude, em relação ao tempo/espaço e no nível material à nossa habilidade de alcançar nosso potencial.

Ananda refere-se à um estado de bem-aventurança e completude em todos os momentos.

Eu descanso na minha própria natureza de luz liberdade e clareza

–  Sutra I.IV Vritti Sarupyam Itaratra – Nos identificamos com os movimentos da mente, nos outros momentos. (Quando não conseguimos resolver os vrittis através do yoga).

Caso contrário, continuamos andando em círculos (samsara), com confusão, conflito e tristeza.  No momento em que você não está no estado de yoga, você se identifica com os acontecimentos que afligem sua personalidade como se eles tivessem o poder de tocar seu Ser real.  A ideia principal dos Yogas Sutras é que a personalidade poderia ser na melhor das hipóteses um veículo adequado para realizar o Ser real, mas somente depois de purificá-lo.

         As experiências da minha vida sempre me levam na direção do Yoga.

Exercício: Reflita nesses quatro sutras em relação à sua própria vida. Qual foi o momento decisivo para você embarcar na jornada de Yoga?

Tradições que seguem, incluindo Tantra e Hatha Yoga 

Patanjali também oferece um vislumbre das tradições que vao aparecer depois da época dele que completam a tradição de Yoga. O primeiro é o Tantra. O capítulo três dos Yoga Sutras apresenta uma anatomia do corpo sutil incluindo os chakras, nadis e prana vayus que fazem parte da tradição de Tantra. Os sutras que apresentam asana refere somente a posturas sentadas de meditação. Mesmo assim, representam uma filosofia completa de Asana no contexto do caminho espiritual.  A apresentação de pranayama contém toda informação fundamental para a pratica incluindo os objetivos.

Para conhecer a história do Yoga em seus textos anteriores, acesse:

 

Por Joseph Le Page

Autor do Livro Yoga Sutras em Prática

Diretor do Centro de Yoga Montanha Encantada

Fundador da Yoga Integrativa

Desafios e Dicas para Professores - Yoga Integrativa

Desafios e Dicas para Professores de Yoga Recém-Formados

O Universo do Yoga, seus desafios e oportunidades para quem busca viver desta filosofia oriental milenar

O início da carreira como professor de yoga pode trazer desafios. Desde a segurança para colocar em prática tudo o que já aprendeu até a sustentabilidade financeira, para realmente poder viver do seu serviço. Neste artigo, você vai encontrar dicas e explorar as tendências do Universo de Yoga, além de conhecer Bárbara e Amália, duas instrutoras de Yoga que compartilham um pouco sobre as suas jornadas.

Desafios dos novos professores de Yoga

A chave para a autoconfiança do Professor de Yoga: Pratique e tudo virá

É normal sentir-se inseguro ao dar aulas no início. Às vezes, basta lembrar-se de que sua formação lhe proporcionou as habilidades necessárias e confiar em si mesmo. Outras vezes, é necessário ter um suporte adequado, suas “bíblias” onde encontrar informações confiáveis e precisas sempre que necessário. Mas o principal, segundo a professora Amália Iatarola Furtado, com 20 anos de experiência, é a prática. “Eu já vinha de uma prática de Yoga muito profunda quando me formei professora. Aí foi fácil começar a dar aulas, pois eu já tinha uma base grande. Quando você já está familiarizado com o Yoga, você termina a sua formação e os caminhos se abrem, as coisas acontecem. É preciso ter uma prática pessoal de longo prazo”, conta a instrutora, que realizou sua primeira formação de Yoga em 2003.

 

Existem também aquelas pessoas que buscam as formações para aumentar seus conhecimentos e a vida vai chamando para que se tornem instrutores. Este foi o caso da Bárbara Viegas da Silveira, formada em 2021. “Quando fiz minha formação, meu intuito não era realmente ser instrutora. Acabou que isso aconteceu naturalmente, devido aos rumos que minha vida tomou. Não me imaginava ensinando Yoga, mas quando dei minha primeira aula, ainda na formação, percebi o quanto me preenchia compartilhar a minha verdade e percepção da Yoga”, conta ela.

Leia mais: Asana na Yogaterapia

“Minhas primeiras aulas foram desafiadoras. Era um misto de medo, ansiedade e nervosismo, primeiro por estar fazendo algo novo e segundo por não saber se conseguiria chegar nas pessoas da maneira que gostaria. Tinha receio de fazer ajustes nos alunos, de passar aulas mais avançadas para o público que eu tinha. Acho que esse era meu maior desafio, saber dosar a aula conforme o público”, lembra Bárbara. “A forma de superar isso para mim é única: dando aulas. Eu observava atentamente esses medos e pontos, levava comigo, mas os superava em cada aula. De todas as formas, a dica principal é: pratique regularmente, aprimore suas habilidades e lembre-se de que a experiência é a melhor professora. Quando você está na posição de praticante, você entende melhor o universo do aluno.” 

Como construir uma base de alunos de Yoga?

Outro desafio do início da carreira do professor de Yoga é consolidar sua base de alunos. Por isso, é necessário atuar em diferentes frentes, como marketing, parcerias e ações sociais. “Acredito que quando estamos vivendo o nosso Dharma, a magia acontece. Na minha vida, tudo aconteceu no boca a boca, pois quando me formei, ainda não tinha redes sociais. E é assim até hoje”, brinca a professora Amália. 

 

Dicas: Invista tempo em marketing pessoal, promovendo-se nas redes sociais, distribuindo panfletos e até mesmo oferecendo aulas gratuitas para ganhar visibilidade. Aproveite cada oportunidade para compartilhar seu conhecimento e mostrar sua paixão pelo yoga. Lembre-se que seus alunos são seu maior cartão de visitas. Se eles estão felizes e satisfeitos com seu trabalho, certamente convidarão outras pessoas a experimentar. 

Ser professor de Yoga pode ser sustentável financeiramente?

O aspecto financeiro também pode ser um desafio. É importante estabelecer uma estrutura de preços justa, que reflita seu nível de experiência e as demandas do mercado local, considerando a possibilidade de oferecer pacotes de aulas ou descontos para atrair mais alunos. Professora há 20 anos, Amália acredita que ao alinhar-se com a filosofia do Yoga, os caminhos se abrem para a prosperidade financeira. “Sempre gerei renda com Yoga. Mas então comecei a usar o Yoga não como uma profissão, mas como estilo de vida, o meu caminho, a minha trajetória. 

 

Para a professora Bárbara, a caminhada recente como instrutora já oferece frutos também. “Hoje minha renda se divide em Yoga e outros serviços. Sinto que viver 100% do Yoga é desafiador, mas é muito possível! É preciso uma grande dedicação, como em tudo na vida, e o on-line é uma ótima ferramenta para isso, podendo ligar pessoas que estão em diferentes locais”, conta. “Aos poucos, com mais experiência, autonomia e autoconfiança no trabalho, as portas vão se abrindo. Sempre vai ter público que se conecta com a sua forma de trabalho, então vejo que apesar da grande oferta de professores, há, sim, espaço para todos. 

Dicas de materiais para preparar a sua aula de Yoga

Indicados pelas instrutoras, listamos aqui os melhores materiais para preparar a sua aula de Yoga, reunindo conhecimentos dos corpos físicos, sutis, mentais, emocionais e espirituais. 

Guia Prático de Posturas de Yoga – GUIPPY

“Fiquei encantada com a profundidade do material. O GUIPPY é um material precioso, valioso, com uma quantidade de conhecimentos absurdos”, indica Amália.

 Leia também: Sugestões de Uso do Guippy

Baralhos Ásanas e Mudrás

“No início usava muito os baralhos. Levava as cartas para as aulas mesmo, para me auxiliar a lembrar da sequência. No início, eu  montava as aulas usando o GUIPPY e passava para os baralhos. Hoje, uso o Guippy muito para consulta específica, sobre variações, grupo muscular ou algum benefício ou contraindicação dos asanas”, indica a Bárbara.

 

A História do Yoga - parte IV

A História do Yoga – parte IV

  1. Época de Buda: 2.500 anos atrás. Raízes de Raja Yoga.

         Marca o início das tradições de yoga que não aceitavam a autoridade dos Vedas e que são essencialmente psicologias e não religiões.

 

Yoga com psicologia espiritual, sem a presença de Deus

 

  • Não aceitação dos vedas, dos livros sagrados hindus e do sistema de castas
  • Nenhum conceito de alma ou essência duradoura
  • O budismo é uma psicologia para acabar com o sofrimento através da obtenção de sabedoria
  • Acaba sendo uma religião com Buda como princípio espiritual último, um tipo de deus
  • Cria a fundação para Yoga ser um caminho espiritual, mas não uma religião

 

Saúde é o maior presente, contentamento a maior riqueza, a fidelidade o melhor relacionamento.

Ninguém nos salva senão nós mesmos. Nós mesmos devemos percorrer o caminho.

A paz vem de dentro. Não procure ela fora.

 

A vida sem a clareza e desapego do caminho espiritual sempre resulta em sofrimento

 

  • A salvação se dá através da compreensão e incorporação das quatro nobres verdades:

 

  1. A Realidade do Sofrimento: Toda existência é dukkha. “angústia”, “dor” ou “insatisfação”. A visão de Buda era que não encontramos felicidade ou satisfação final em nada que experimentemos. Este é o problema da existência.
  2. A Causa do Sofrimento: A causa de dukkha é o desejo. A tendência humana natural é culpar nossas dificuldades nas coisas que estão fora de nós. Mas Buda diz que sua raiz é encontrada na própria mente. Em particular, nossa tendência a nos apegar às coisas (ou, em alternativa, afastá-las) nos coloca fundamentalmente em desacordo com o modo como a vida realmente é.
  3. A Cessação do Sofrimento: A cessação de dukkha vem com a cessação do desejo. Como somos a principal causa de nossas dificuldades, também somos a solução. Não podemos mudar as coisas que nos acontecem, mas podemos mudar nossa reação a elas.
  4. O Caminho (Magga) para a Cessação do Sofrimento: Existe um caminho que liberta o dukkha. Embora Buda lança a responsabilidade sobre o indivíduo, ele também ensinou métodos através dos quais podemos nos mudar, por exemplo, o Nobre Caminho Óctuplo.

Os Yoga Sutras mantem esta perspectiva de vida como sofrimento e libertação através de Yoga.

 

Foco forte em ética e valores.

  • O Nobre Caminho Óctuplo forma a base da vida budista:

Compreensão correta: Compreensão de acordo com as Quatro Nobres Verdades,

Pensamento correto: O pensamento da renúncia, não querendo causar o mal (nem em pensamento).

Fala correta: Abster-se de mentir, falar em vão, ter uma fala construtiva, harmoniosa, conciliadora.

Ação correta: Abster-se de destruir a vida, tomar aquilo que não for dado, e da conduta sexual imprópria.

Meio de vida correto:  ter uma profissão que não esteja em desacordo com os princípios.

Esforço correto: Cultivar estados da mente benéficos e condições para futuros estados benéficos. 

Consciência correta: Desenvolver consciência do corpo, fala e mente, em linha com o caminho óctuplo.

Concentração correta: Estabilidade e foco mental

 

“Agarrar-se à raiva é como agarrar-se a um carvão quente com a intenção de jogá-lo em outra pessoa; você é quem acaba se queimando.”

 

  • O contemporâneo de Buda, Mahavira, fundou a religião Jaina cujo princípio essencial é a não-violência.

 

Meditação como base do caminho espiritual

 

  • A meditação é a base do caminho espiritual budista e a técnica ensinado por ele, Vipassana, continua sendo o mais importante em várias linhagens de Budismo hoje.
  • Neste método, concentramos primeiro nas sensações no corpo, depois no fluxo da respiração e eventualmente na passagem dos pensamentos e emoções.

 

“Não viva no passado, não sonhe com o futuro, concentre a mente no momento presente.

Somos o que pensamos. Com nossos pensamentos, criamos o mundo.”

 

Por Joseph Le Page

Kleshas - Yoga Integrativa

Os Cinco Kleshas

Sofrimento e tristeza indicam que há algo incompleto em nossas vidas. Desde o princípio, os homens já haviam percebido que há algo mais na vida do que conforto material. Podemos constatar este fato desde as pinturas nas cavernas até a procura pelo verdadeiro significado espiritual que se deu através do Yoga e de outras formas de espiritualidade. Parece que o sofrimento continuará a existir se nós insistirmos em buscar uma solução no mundo material e que chegaremos a um final somente quando percebermos a verdadeira causa do sofrimento em si. As causas do sofrimento estão descritas no Yoga Sutra de Patanjali como ” os cinco kleshas”. Kleshas significa uma obstrução e também pode ser traduzido como uma doença, ou fatores de sofrimento.

 

  • O primeiro Klesha, Avidhya, é uma falta de compreensão fundamental que somos parte integral de um plano maior. Avidhya é um senso básico de separação do mundo em que vivemos e do nosso criador, o que resulta num contínuo sofrimento e ansiedade existenciais. Pode ser entendido como a ignorância que possuímos com relação a nossa verdadeira essência.

 

  • O segundo Klesha, Asmita,  é um senso exagerado de desequilíbrio de individualidade, uma noção distorcida do eu. Quando enxergamos o mundo com os olhos de avidhya, tudo se torna uma ameaça, desafio, conflito ou competição. A vida se transformou em um jogo de “eu contra o mundo”. Devido ao fato de a verdadeira natureza do mundo ser um todo integrado do qual fazemos parte, o jogo de conflitos não tem um verdadeiro vencedor. Isto se faz realmente verdadeiro devido às leis do karma. Cada vez que parecemos estar ganhando, plantamos mais sementes de conflito e, consequentemente, mais sofrimento.

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  • Os terceiro e quarto Kleshas são Raga e Dvesa, que podem ser compreendidos como nossas preferências e aversões. Quando nossa visão de mundo é baseada em avidhya e a nossa atividade vem de asmita, a vida se torna uma montanha russa, com altos e baixos, baseada em conseguir o que queremos e evitar o que tememos ou não gostamos. Este estilo de vida pode nos dar a impressão de que estamos no controle, mas, quando analisamos mais de perto, torna-se óbvio que é este conjunto de preferências e aversões que, em realidade, nos controla. Além disso, nossas preferências e aversões são normalmente resultados de nossos padrões de atitudes condicionadas, baseadas na cultura, família e sociedade. Estas tendências presentes em diferentes camadas de condicionamento, associadas aos ciclos de dor e sofrimento gerados, são chamadas de samsara. Este sofrimento não está limitado à dor emocional, pois quando nossos gostos e aversões não são administrados adequadamente, o resultado é o estresse que, ao torna-se crônico, poderá criar condições propícias ao aparecimento de sintomas e condições de saúde a ele relacionadas.

 

  • O quinto Klesha é Abhinivesa,que significa “medo” ou “medo da morte”. Este medo engloba todos os nossos medos e ansiedades. è a conclusão lógica da vida sob o ponto de vista de avidhya. O sentido de abhinivesa é mais bem resumido pelo famoso ditado existencialista “O homem nasce sem ter razão, vive do medo e morre por acaso”. A visão do Yoga é totalmente oposta: “O homem nasce imortal na forma do seu eu verdadeiro, vive para alinhar-se com as leis universais que são parte deste mesmo eu verdadeiro, e, mesmo quando o corpo morre, este eu permanece eternamente completo e integral”.

 

Por Lilian Aboim e Joseph Le Page

A História do Yoga - parte III

A História do Yoga – parte III

III. Época do Vedanta – de 2 mil a 3 mil anos atrás – Caminhos de Yoga: Jnana Yoga, Karma Yoga

 

Yoga é a união com deus na forma de uma experiência pessoal simbolizado no OM

  • Vedanta quer dizer a culminação ou o final dos Vedas.
  • Na cultura Védica a conexão com Deus foi principalmente através dos sacerdotes
  • No Vedanta o indivíduo estabelece uma conexão tão íntima com Deus que se descobre que não há separação entre eu e Deus.

 

Reflexão, meditação, mantra

  • Esta união está codificada no grande paradigma do Vedanta: Atmam é igual a Brahmam, o que quer dizer que a alma individual é idêntica a Brahmam, a alma de toda a criação OM

 

A importância do guru e dos textos sagrados/ a importância de estudos profundos

  • Os ensinamentos do Vedanta chamam-se Upanishads que quer dizer sentar perto do Guru que transmite o conhecimento do Brahmam, ou seja, é sentar-se o mais próximo possível de seu Ser real, que é Brahmam.     
  • Os Upanishads estão escritos como diálogos entre Guru e discípulo, pai e filho ou esposa e marido.
  • Guru quer dizer líder ou autoridade, porque a mensagem dele poderia ser sentida diretamente e poderosamente. Guru também significa escuridão e luz, porque o Guru é quem guia da escuridão para a luz.
  • O conhecimento de Vedanta está codificado em grandes ditados chamados de Mahavakyas, que incluem:

 Tat Tvam Asi – Você é aquilo; Aham Brahmasmi –Eu sou Brahmam; Sarvam Khalvidam Brahman – toda a criação é Brahmam.

  • Este conhecimento da união da alma individual com toda a criação com enfoque nos estudos dos textos sagrados chama-se Jnana Yoga, o Yoga de conhecimento.

 

A importância de auto estudo – viver plenamente no mundo sem apego e expectativa do resultado das ações para purificar a personalidade

  • A cultura de Vedanta dá ênfase à renúncia e saída do mundo para morar em retiro na floresta junto com outros discípulos, em um ashram com a inspiração e comunicação direta de um Guru.
  • O conceito da renúncia se transforma no Bhagavad Gita para um entendimento que viver no mundo é necessário para trazer à tona os gostos e desgostos que são obstáculos à liberdade.
  • Krishna ensina a Arjuna como viver no mundo, atuando para purificar a mente, sem apego aos frutos ou aos resultados para finalmente reconhecer o nosso Ser real.
  • Utilizar as experiências do dia a dia para purificar a personalidade se chama Karma Yoga.

 

Por Joseph Le Page

Mulheres na filosofia do yoga - Yoga Integrativa

Mulheres na filosofia do Yoga

Quem são as mulheres mais importantes na filosofia do yoga no mundo?

Existem muitas mulheres importantes na história da filosofia do yoga em todo o mundo, mas aqui estão algumas que tiveram um impacto significativo na evolução e disseminação da prática do yoga:

 

Indra Devi – foi uma das primeiras mulheres ocidentais a estudar e praticar yoga na Índia e, posteriormente, introduziu a prática em Hollywood e nos Estados Unidos.

Mirra Alfassa, também conhecida como “A Mãe” – foi uma discípula do renomado yogi Sri Aurobindo e colaborou com ele na fundação da cidade de Auroville, um centro internacional de yoga e meditação.

Swami Sivananda Saraswati – fundou a Divine Life Society, que foi responsável por disseminar a prática do yoga em todo o mundo. Ele também incentivou a participação das mulheres na prática e ensino do yoga.

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Geeta Iyengar – filha do renomado yogi B.K.S. Iyengar, Geeta foi uma professora de yoga de renome mundial que ensinou e treinou muitas mulheres para se tornarem professores de yoga.

Sharon Gannon – fundadora do Jivamukti Yoga, um estilo de yoga popular em todo o mundo, Sharon tem sido uma influência importante na popularização do yoga moderno, especialmente entre as mulheres.

Uma Dinsmore-Tuli – fundadora da Womb Yoga, uma prática que se concentra na conexão entre o corpo e o útero, Uma é conhecida por seu trabalho no empoderamento das mulheres através do yoga.

 

Essas são apenas algumas das mulheres notáveis que contribuíram para o desenvolvimento da filosofia e prática do yoga em todo o mundo.

Samkhya - Yoga Integrativa

A História do Yoga – parte II

Continuação sobre a História do Yoga. Acompanhe abaixo.

 

  1. Samkhya – Uma filosofia originada a aproximadamente 3 mil anos atrás que influenciou todas as outras tradições de Yoga que vieram depois. Jnana Yoga

Caminho espiritual como ciência de descrição da natureza do universo e da mente

  • Esta filosofia se enxerga como a mãe da ciência;
  • Os conceitos de avidya, ignorância e sofrimento e kaivalya, iluminação como salvação aparecem pela primeira vez;
  • O objetivo era descrever todos os componentes do Universo com espírito como o mais fundamental;
  • O Samkhya original não faz referência ao Deus porque o objetivo é investigação científica e não religiosa; 
  • Samkhya declara que o Universo é uma escola onde podemos descobrir nossa verdadeira natureza com espírito;
  • O puro espírito, purusha, é visto como distinto da matéria, prakriti;
  • Todo Yoga que surgiu depois se baseia nessa filosofia de uma forma ou outra;
  • A metodologia de Samkhya é a contemplação sobre o espírito e discernimento entre matéria e espírito.

• O que mantém a pessoa presa à matéria é a atividade dos três gunas – rajas, tamas e sattva.

 

Reconhecimento do Ser real como propósito da vida / A personalidade como matriz de condicionamentos que produzem sofrimento/ reencarnação como destino de quem não reconhece o ser real 

  • Dentro da filosofia samkhya, o mundo existe como escola para reconhecer o Ser Real; 
  • A personalidade e todos os gostos e desgostos associados a ele, são considerados condicionamentos que não refletem o Ser real; 
  • Sofrimento serve para nos avisar que estamos nos afastando da nossa verdadeira natureza; 
  • Experiências, paz e harmonia que desabrocham de dentro para fora, nos indicam que estamos nos aproximando do Ser real;  
  • Enquanto o purusha não seja reconhecido, continuamos num ciclo de nascimentos intermináveis.

 

A Natureza do mundo sob a influência dos gunas

Por causa da polaridade das gunas, o mundo material por si mesmo não oferece felicidade, mas cria sofrimento e limitação.

  • Rajas é uma energia de desejo e expansão relacionada a busca de felicidade e satisfação no presente e futuro;
  • Rajas tem valor quando está canalizado para o caminho espiritual;
  • Tamas é uma energia de inércia, conservadorismo e estagnação que tende a enfocar no passado; 
  • A energia de Tamas é necessário para criar chão para a jornada espiritual;
  • Sattva é uma energia de equilíbrio que tem enfoque no momento presente. Associada com emoções positivas como amor e compaixão, leveza e abertura do coração, Sattva é um portal para a experiência de iluminação;
  • Por ser uma montanha russa de altos e baixos, a única maneira de evitar enjoo é saindo do jogo de tentar encontrar felicidade na matéria e encontrá-la dentro de si.
budha park

História do Yoga – parte I

Acompanhe abaixo, a cronologia da História do Yoga:

 

1. Época Védica: cinco mil anos atrás. Mantra Yoga

2. Samkhya: uma filosofia originada a aproximadamente três mil anos atrás que influencia toda as outras tradições de yoga que vieram depois. A origem de Jnana Yoga

3. Época do Vedanta: três mil anos atrás. Jnana Yoga, Karma Yoga e Bhakti Yoga.

Textos principais: Os Upanishads e Bhagavad Gita

4. Época de Buda: dois mil e quinhentos anos atrás. Raízes de Raja Yoga.

Marca o início das tradições de yoga que não aceitavam a autoridade dos Vedas e que são, essencialmente, psicologias e não religiões.

5. Codificação do Yoga até então por Patanjali: dois mil anos atrás. Raja Yoga

Desenvolvimento da Meditação como ciência.

Importância de poderes espirituais na prática de Yoga.

Origem embriônica dos Chakras e do Tantra Yoga.

6. Época do Tantra: mil e quinhentos anos atrás. Chakra Yoga.

O corpo como veículo ao invés de um obstáculo para a espiritualidade.

O uso dos sentidos, cor, forma, som, como caminhos para o espírito.

7. Época do Hatha Yoga: mil anos atrás.

Fortes influências de Patanjali e do Tantra.

Enfoque na saúde e integração do corpo e da mente e da integração de polaridades como veículos para alcançar o espírito.

8. Época do Yoga moderna. De cem anos até hoje.

Renascimento da cultura tradicional da Índia através de uma desilusão com relação ao colonialismo e modernismo. A propagação do Yoga no Ocidente e a reinvenção do Yoga como disciplina psicofísica.  O professor de Yoga como agente da transformação da sociedade in termas de saúde física, integração psicoemocional e reconhecimento de crescimento espiritual como proposito da vida.

 

Os caminhos de Yoga no contexto das épocas da história do Yoga

 

1. Época Védica: de 3 a 5 mil anos atrás – Caminho de Yoga associado com esta época: Mantra Yoga.

O uso de som para unir-se com o sagrado

  • A Índia antiga representa uma mistura de influências indígenas e influências da Ásia Central;
  • O idioma Sânscrito tem origem na Ásia Central e forma a base do grego, do latim, do inglês e de outros idiomas europeus;
  • O idioma sânscrito é muito mais que uma forma de comunicação. Ele é a fonte da criação do universo e o divino em manifestação, mas, nessa época, somente através dos sacerdotes;
  • O som de OM e o uso de mantras sagrados é o legado desta tradição;
  • A palavra mantra quer dizer: “Aquele que carrega a mente”. Ele preenche a mente com intenções positivas que substituem padrões de negatividade;

 

O controle da atenção e respiração

  • A religião desta civilização está codificada nos Vedas que coletâneas de orações dedicadas a mais de cem deidades. Veda quer dizer conhecimento;
  • O mais importante de todos os Vedas, chama-se Rig Veda, e é composto de mais de cento e dez mil mantras em homenagem às mais de cem deidades. O mantra mais famoso do Rig Veda é o Gayatri Mantra;
  • Esta civilização era organizada em castas: 1º os brahmanes – sacerdotes; 2º os kshatrias – políticos e guerreiros; 3º os vaishyas – comerciantes; 4º os shudras – trabalhadores;
  • Representa um segmento da sociedade especializado em práticas espirituais;
  • Os Brahmanes eram um grupo muito poderoso, porque a comunicação com as deidades e a obtenção dos favores e bênçãos advindas destas deidades eram adquiridas apenas através deles;
  • A memorização dos vedas e o canto deles exigiu controle da atenção e respiração que é uma fundação de Yoga.

 

Deidades como corporificações de qualidades positivas – reflexos da natureza positiva do universo

  • Inicialmente a prática de Mantras era usada como veículo de suplicação de bens e bênçãos às deidades.
  • Estas deidades são arquétipos de qualidades universais que existem no cosmos e em nossa própria consciência. Ex: Ganesha = proteção; Saraswati = Criatividade; Lakshmi = Riqueza material e sutil: Shiva = purificação, Savitri = sol como símbolo de iluminação espiritual.
  • Mantra serve para purificação da mente, porque ele oferece um ponto de concentração fixo, positivo e repetitivo.

 

Por Joseph Le Page

Filosofia Samkhya para Crianças de todas as Idades

Era uma vez um planeta chamado Purusha. Você poderia dizer que Purusha era um lugar perfeito para se viver; todos estavam felizes e havia uma sensação de que não havia tempo ou limites. De fato, o povo de Purusha era completo em todos os sentidos. O único problema era que em todo aquele vasto reino não havia um espelho. Sem um espelho, os Purushianos não podiam ver a si mesmos, então, embora fossem perfeitos, não tinham como reconhecer ou tomar consciência de sua perfeição inerente. Essa ausência de um espelho para ver o próprio reflexo era a fonte do desejo de ir em busca de um caminho de autoconhecimento.

Um dia, os Purushianos ouviram falar de um planeta distante chamado Prakṛti. Lá era  possível conhecer a si mesmo em um mundo de dualidade, com o mundo lá fora e um “eu” separado para experimentá-lo. Este mundo de dualidade podia ser experimentado através do som, do tato, da visão, do paladar e do olfato, por isso era de fato um espelho para todos os cinco sentidos. Viajando para Prakṛti, os Purushianos seriam capazes de ter toda a paz e alegria ilimitadas de Purusha e também estar conscientes disso; uma jornada de exploração e aprendizado, para retornar a Purusha tão inteiros quanto conscientes de sua totalidade.

Para fazer a viagem ao planeta Prakṛti, os Purushianos precisavam de naves espaciais que pudessem suportar a atmosfera quando chegassem. Então construíram suas naves com os mesmos cinco elementos que compõem o planeta Prakṛti, para onde iriam: terra, água, fogo, ar e espaço. Cada nave era feita à mão e tinha características individuais, mas no geral, elas se encaixavam em três modelos básicos: as naves kapha eram densas e sólidas, as naves pitta eram rápidas e impetuosas, com motores potentes, e os modelos vata eram leves e rápidos.

As naves são chamadas de Corpos. No centro de cada nave está o principal passageiro, chamado “Espírito”, que carrega a essência da liberdade e consciência ilimitadas, a marca registrada do planeta Purusha. Cada nave também tem um piloto chamado “Mente”. Logo, Corpo, Mente e Espírito devem trabalhar juntos para fazer a jornada, com o entendimento de que tanto o corpo quanto a mente são, em última análise, veículos para a jornada da Alma em direção ao Autoconhecimento.

No início de sua jornada, os Purushianos instalaram um poderoso transmissor no espaço para que estivessem sempre em contato com o planeta Purusha. Esta ferramenta de transmissão para Purusha foi chamada Mahat, que significa “o grande” para que a essência da totalidade e do ilimitado que são as marcas registradas do planeta Purusha nunca fossem perdidas. Cada espaçonave também tinha um computador de bordo ultra-inteligente, chamado Buddhi, para garantir que os sinais vindos de Purusha fossem recebidos e transmitidos ao piloto para guiar a nave ao planeta Prakriti e retornar ao planeta Purusha. 

Cada nave tem sua própria identidade ou senso de individualidade, pois cada uma é uma combinação única dos cinco elementos, de modo que a jornada e o destino de cada um são únicos, tanto na jornada para Prakriti quanto no caminho de retorno a Purusha. Essa identidade única e individual para cada viajante é chamada de Ahamakara, que pode ser traduzida livremente como “quero fazer do meu jeito!”

Embora cada nave tenha uma jornada única, no geral, eles se enquadram em três categorias básicas. As naves kapha são pesadas e lentas, mas fazem um progresso constante. A embarcação pitta se destaca em velocidade e desempenho, mas quando as coisas dão errado, o piloto perde um certo tempo procurando a quem culpar. As naves vata têm a jornada mais emocionante, explorando diferentes universos e planetas, mas muitas veze, o condutor acaba esquecendo onde deixou as chaves da espaçonave… 

No final, todas as naves chegaram ao mesmo tempo ao destino. À medida que se aproximam do planeta Prakṛti, os pilotos preparam os dispositivos sensores necessários para a exploração. Um conjunto de dispositivos sensoriais são os jnanendriyas, ou instrumentos de conhecimento, incluindo a capacidade de cheirar, saborear, ver, tocar e ouvir. Os outros são instrumentos de ação chamados karmendriyas, como a capacidade de falar, tocar, mover, agarrar, eliminar resíduos e até mesmo procriar pequenas naves Purushianas, pois a jornada completa pode levar mais de uma geração.

Enquanto as naves se aproximam do planeta Prakṛti, elas encontram uma série de tempestades inesperadas que fazem parte de sua atmosfera. Há tempestades de tremenda energia e turbulência, chamadas rajas. Há também marasmo, chamados tamas, em que nada se move. Esses ciclos de rajas e tamas são intercalados com momentos de equilíbrio perfeito, chamados sattva, quando a jornada flui suavemente e sem esforço. 

Todas as naves conseguem chegar ao planeta Prakṛti, mas a jornada é difícil. Muitos dos pilotos chegam traumatizados e sofrendo de amnésia crônica recorrente, na qual esquecem sua missão original de exploração e autoconhecimento para retornar ao planeta Purusha. Eles passam a acreditar que são suas naves compostas pelos cinco elementos e usam seus sentidos e órgãos de ação para buscar o prazer e evitar a dor, acreditando que prakriti e suas experiências são sua única realidade, enquanto o passageiro e o motivo da viagem, o  Espírito, está completamente esquecido, ou é apenas uma memória distante. Com sua missão original esquecida, seu tempo é gasto no shopping procurando itens para embelezar a nave ou nas férias tirando selfies.

Esse padrão de dirigir suas naves em círculos para se manterem ocupados, sem nunca encontrar o verdadeiro propósito ou significado da vida, é chamado de Samsara, que significa literalmente “andar em círculos”. Mas não importa o quanto eles tentem se manter ocupados para evitar olhar para suas vidas mais profundamente, há uma sutil voz interior vindo do Espírito, dizendo-lhes que deve haver algum propósito e significado mais profundos para viver. 

Aqueles que ouvem esta mensagem mais claramente são os Rishis, ou videntes, e Gurus, aqueles que podem levar as pessoas dos padrões circulares do planeta Prakṛti de volta à lembrança de quem eles realmente são como cidadãos de Purusha. Esses pioneiros também são chamados de Yogis, o que significa “unir” ou, neste caso, “reunir-se com quem somos como Espírito”. 

Aqueles que decidem fazer a viagem de volta para Purusha precisam primeiramente reparar suas naves dos danos causados ​​pelo estresse crônico e sobrecarga sensorial causadas em um planeta sob o domínio e a constante variação dos três gunas (rajas, tamas e sattva). 

Essas estações de reparo usam uma ciência chamada Ayurveda para reequilibrar os cinco elementos dos quais as naves são feitas. Às vezes, todos os sistemas das naves devem ser completamente limpos em um processo chamado Panchakarma. Uma vez em equilíbrio, as naves precisam de um caminho para sua jornada de volta, e um dos mais claros deles é do Sábio Patanjali: Um manual sobre o retorno ao Planeta Purusha em 8 passos, chamado Ashtanga Yoga

Os dois primeiros passos, chamados yama e niyama, são guias de conduta e comportamento na jornada para casa.  O terceiro passo, asana, é um guia para manter a nave estável e confortável para garantir sua segurança ao longo do caminho. O quarto passo, pranayama, envolve ter energia adequada para a jornada e usar essa energia

com sabedoria. O quinto passo, pratyahara, é tirar a atenção do piloto de todas as distrações do planeta Prakṛti para que ele possa se concentrar em sua jornada de retorno. O sexto passo, dharana, é estabelecer um curso fixo de um ponto e permanecer nesse curso durante todo o caminho para casa. O sétimo passo, dhyana ou meditação, é a própria jornada, com todos os sistemas da nave funcionando de forma espontânea e sem esforço, guiados por Buddhi em contato com Mahat para manter uma comunicação contínua com a energia de paz e alegria do planeta Purusha. Através da metodologia do Asthanga Yoga, muitas das naves podem voltar para casa e, uma vez lá, reassumir sua verdadeira identidade como cidadãos do planeta Purusha e retornar a um estado de paz, integridade e harmonia chamado samadhi, o oitavo e final passo do manual. 

Esses exploradores, no entanto, não são os mesmos de quando partiram. Agora eles têm um espelho de consciência. Eles conhecem o planeta Prakṛti e o mundo da dualidade e agora, voltando para casa no planeta Purusha, eles estão completos e inteiros e sabem que é assim. O aprendizado final e mais profundo desta jornada é que o planeta Purusha e o planeta Prakṛti são, na verdade, um. O mundo da matéria e o mundo do espírito não são opostos um ao outro e nossa própria versão do planeta Prakṛti, chamada Terra, está nos chamando para tratá-la com amor e reverência para que Purusha e Prakṛti possam viver juntos em paz e alegria, felizes para sempre.

Por Joseph Le Page
Tradução Glaucia Rosa Damazio