Pranayama tem uma grande variedade de benefícios em todos os níveis do ser, e uma das formas mais úteis de explorar esses benefícios é o modelo dos cinco koshas, ​​os cinco corpos ou níveis do nosso ser, físico, energético, psicoemocional , sabedoria e felicidade. Todos esses corpos são incorporados e transcendidos pela única Fonte de Energia, Brahman, a essência divina no coração de todas as coisas.

 

Anamayakosha (corpo físico):

 

Sistema esquelético:

1. Alongam cada área da coluna, tanto individualmente quanto como um todo.

• Coluna lombar: Adhama Svasa Pranayama com um abdômen firme.
• Coluna torácica: Madhyama Svasa Pranayama com abdômen firme.
• Coluna cervical: Adhya Svasa Pranayama com um abdômen firme.
• Coluna inteira: Viloma Purna Svasa com abdômen firme e Anuloma Viloma Krama Pranayama.

 

      2. Os exercícios ajudam a criar um espaço dentro das articulações.

• Articulação costal esternal: Madhyama Svasa Pranayama com Antar Kumbhaka.
• Articulação sacroilíaca: Adhama Svasa Pranayama com Antar Kumbhaka em pose de crocodilo.
• Mobilidade escapular: Anuloma Viloma Krama Pranayama Com sopro de Alegria.

 

      3. Aumentam a circulação com oxigênio e nutrientes para os ossos.

• Kapalabhati Pranayama

 

      4. Equilibram a criação de tecidos recém-nascidos e a reciclagem de células ósseas velhas.

• Nadhi Shodana Pranayama

 

Sistema muscular:

1. Fortalecem o tônus ​​e relaxam totalmente o diafragma, o principal músculo da respiração.

• Anuloma Viloma Krama Pranayama com alça

 

      2. Fortalecem o tônus ​​e relaxam completamente os músculos intercostais.

• Viloma Purna Svasa Pranayama

 

      3. Fortalecem o tônus ​​e relaxam completamente os músculos acessórios da respiração na parte superior do tórax, pescoço e parte superior das costas.

• Adhya Svasa Pranayama com um saco de areia

 

Sistema respiratório:

1. Os exercícios de pranayama mantêm a elasticidade dos tecidos pulmonares, incluindo os brônquios e alvéolos, e a pleura, o invólucro do pulmão.

• Bhastrika Pranayama

 

      2. Os exercícios de Pranayama otimizam a ingestão de O2 e a liberação de CO2 e outros gases e também otimizam a absorção de oxigênio em cada célula individual.

• Anuloma Purna Svasa Pranayama com Antara e Bahir Kumbhaka

 

Sistema circulatório:

1. Os exercícios de Pranayama aumentam a variabilidade da frequência cardíaca, de modo que a frequência cardíaca aumenta na inspiração e diminui na expiração e tem a capacidade de alterar seu ritmo dependendo de nossas necessidades.

• Kaki Pranayama, inspirando pela boca e expirando pelo nariz

 

      2. Pranayama exercita o sistema circulatório com técnicas de respiração que aumentam a frequência cardíaca e com aquelas que reduzem a frequência cardíaca.

• Surya Nadi com Adhya Svasa Pranayama – para aumentar a frequência cardíaca e a pressão arterial
• Chandra Nadi com Adhama Svasa Pranayama – para diminuir a frequência cardíaca e a pressão arterial

 

Sistema digestivo:

1. Os exercícios de Pranayama massageiam fisicamente todo o sistema digestivo.

• Adhama Svasa Pranayana com Kanishtha Sharira mudra

 

      2. Os exercícios de pranayama aumentam a pressão intrabdominal que aumenta a circulação para o sistema digestivo.

• Anuloma Purna Svasa Pranayama com Antar e Bahir Kumbakha

 

Leia também: Movimentos Somáticos, o que são?

Sistema nervoso central:

1. Os exercícios de pranayama regulam o centro respiratório no tronco cerebral, a ponte.

• Bhastrika com Antar Kumbhaka e exalando pela narina esquerda

 

       2. Os exercícios de Pranayama renovam o líquido cefalorraquidiano.

• Kapalabhati

 

1. Os exercícios de pranayama estimulam as ondas cerebrais delta e teta.

• Pratiloma Ujjain

 

Sistema nervoso autónomo:

1. Os exercícios de pranayama permitem desenvolver o controle sobre o sistema nervoso autônomo e escolher uma resposta simpática ou parassimpática.

• Bhastrika com Antar Kumbhaka e exalando pela narina esquerda

 

      2. Os exercícios de pranayama aumentam o tônus ​​vagal refletido no equilíbrio do simpático e parassimpático.

• Nadi Shodhana

 

Sistema endócrino:

1. Os exercícios de pranayama regulam o sistema endócrino, especialmente através de sua influência na tireóide e na hipófise.

• Ujjain inspirando da garganta até o terceiro olho e expirando do terceiro olho até a garganta

 

      2. Os exercícios de Pranayama massageiam o pâncreas, estimulando e regulando a produção de insulina.

• Kapalabathi – estimular
• Chandra Nadi – regular

 

Sistema imunológico:

1. Os exercícios de Pranayama aumentam a consciência corporal e uma aura geral de proteção.

• Respiração de corpo inteiro

 

      2. Os exercícios de Pranayama equilibram o sistema nervoso autônomo, o que aumenta a imunidade.

• Anuloma Viloma

 

Sistema eliminatório:

1. Os exercícios de pranayama estimulam a digestão e a eliminação e aumentam a pressão na cavidade abdominal.

• Kapalabhati seguido por Bahir Kumbhaka

 

      2. Os exercícios de Pranayama massageiam diretamente a cavidade abdominal inferior, auxiliando na eliminação.

• Bhunaman Vajrasana

 

Sistema linfático:

1. Os exercícios de Pranayama aumentam e renovam a circulação da linfa em todo o corpo

• Surya Nadi Kapalabhati

 

Confira: Meditação dos 5 Elementos

Sistema urinário:

1. Os exercícios de pranayama aumentam a circulação dentro dos rins

• Madhyama Svasa em pose de criança

 

      2. Os exercícios de pranayama exercitam a bacia pélvica, ajudando a tonificar a bexiga, com o apoio do aumento da mobilidade do diafragma.

• Anuloma Krama

 

Sistema reprodutivo:

1. Os exercícios de pranayama exercitam a bacia pélvica, mantendo a elasticidade e evitando aderências ao útero e aumentando a circulação para os órgãos reprodutivos.

• Adhama Svasa com Bahir Kumbhaka

 

Autor: Joseph Le Page

Prana é a força essencial da vida que permeia toda a existência. É a fonte da vida e uma expressão do Espírito Divino. Esta visão da criação como energia é confirmada pela física moderna, onde até os átomos, dos quais se compõem a matéria e toda a vida, são 99% espaço “vazio”.

A partir da perspectiva do Yoga, este espaço não é realmente vazio, mas cheio de potencial criativo de energia Divina, que chamamos de Prana.

Prana é algo que pode ser vivenciado dentro do corpo. É sentido de várias maneiras: às vezes, como uma sensação de formigamento, às vezes como calor, às vezes como um frescor suave e geralmente como uma sensação de energia mobilizadora. Quando o Prana se abre mais completamente, há uma sensação de bem- aventurança ou de euforia que pode inundar o corpo inteiro e levar a um estado de êxtase.

De acordo com o Yoga, este estado de bem- aventurança, combinado a uma sensação de potencial ilimitado e de sabedoria absoluta, é nosso estado natural ou verdadeiro de ser, que está ocultado ou eclipsado pelas tensões adquiridas numa vida onde acreditamos que somos separados e, portanto, lutamos para conseguir o que queremos e evitar o que tememos. Yoga é o processo de remoção destas tensões e dos padrões de pensamento subjacentes que as sustentam, para revelar e descobrir nossa natureza verdadeira.

O Prana é considerado um pólo ou um aspecto do universo. Ele é o princípio da força da vida, ou

criação, e o outro pólo é a consciência pura. O Prana é o aspecto da criatividade e a consciência é o princípio inativo, ou a testemunha. O Prana é representado pela deusa Shakti, enquanto a consciência é representada pelo deus Shiva. Prana é reverenciado como o propulsor subjacente da criação em todos os textos antigos em Sânscrito.

“O Prana é para todas as pessoas o que um pai é para seus dois filhos. O Prana é o âmago da criação, de tudo o que respira e o que não respira. Esta característica de Prana mostra toda a sua permeabilidade”

Atharva Veda

“O Prana arde como o fogo e brilha como o sol. Ele é o que é e o que não é, é aquilo que é eterno. Como os raios no eixo de uma roda, tudo se fixa rapidamente ao Prana. Tudo o que existe em todos os três mundos está sob o governo de Prana. Oh, Prana, por favor, proteje teus filhos como uma Mãe e nos concede a riqueza e a sabedoria verdadeiras”

Prashna Upanishad

 

Uma vez que o Prana é a força fundamental da vida que anima e sustenta nosso ser físico, há uma relação direta entre a livre circulação de Prana no corpo e nossa saúde física. Onde houver um bloqueio na circulação de energia, haverá também possíveis bloqueios nos sistemas físicos que são mantidos por essa energia. Se houver um bloqueio de energia na garganta, por exemplo, é provável que o fluxo reduzido de circulação e de nutrientes nesta área resultem em alguns problemas relacionados, como o mau funcionamento da tireóide.

O Prana está intimamente ligado à respiração. A respiração é uma fonte muito importante de Prana e também serve como veículo para regular o fluxo de Prana através do corpo. Por este motivo a ciência da respiração é chamada de Pranayama, a canalização, ou a expansão de Prana. Na verdade, a palavra sânscrita Pranayama pode ser traduzida de duas maneiras diferentes:

– PRAN+AYAMA = expansão da força da vida;

– PRANA+YAMA = canalização da força da vida.

Embora a respiração seja uma fonte muito importante de Prana, outras fontes importantes são a luz solar, a água (principalmente o oceano),alimentos naturais, como verduras frescas, viver em habitats naturais, com abundância de vegetação e estar em contato com mestres iluminados, que irradiam uma alta carga de Prana. Todas as práticas de Yoga, incluindo asana, bandhas, mudras e, principalmente, Pranayama são projetadas para promover o aumento e a distribuição deste suprimento de energia de força da vida através de todo o nosso ser. Esta energia de Prana também desempenha um papel fundamental na transformação espiritual e na evolução da conscientização.

• Pranayama deriva de duas palavras sânscritas: “Prana”, que significa força fundamental da vida, e “yama”, que significa controle, restrição ou canal. Yama é também o Deus da Morte e noKatha-Upanishad é o iniciador de um jovem aspirante espiritual. Isto é importante porque nos mostra que enfrentar nossa mortalidade é o começo da trilha espiritual. Também é importante notar que a vida começa com a primeira inalação e termina com a última.
• Pranayama é, portanto, a canalização da força da vida. A tradição do Yoga afirma que temos um número limitado de respirações em cada vida. Conforme prolongamos a respiração, também prolongamos nosso tempo de vida. Há, na verdade, uma relação fisiológica entre o número de respirações e o tempo de vida. Os animais que vivem mais, como as tartarugas, os elefantes e as baleias, respiram muito poucas vezes por minuto, em media de 2 a 6 vezes. Os mamíferos com mais respirações por minuto, em média 30 a 40 vezes, como cachorros e coelhos, têm um tempo de vida relativamente curto em relação ao dos humanos, que respiram, em média, de 12 a 14 vezes por minuto.
• O Pranayama também pode ser visto como a combinação de “pran”, a força da vida, com “ayama”, que significa expansão. Nesta acepção, Pranayama expande a força da vida por todos os níveis de nosso ser: físico, psicoemocional e espiritual.
• O Hatha Yoga Pradipika descreve a utilidade do Pranayama da seguinte maneira:

“Quando a respiração é irregular, a mente oscila; quando a respiração é constante, a mente também é estável. Para adquirir estabilidade, o yogue deve controlar sua respiração. Enquanto há respiração no corpo, há vida. Quando a respiração se vai, a vida também se vai, portanto, o controle da respiração prolonga a vida”.

• A energia é levada para todo o corpo através de setenta e dois mil nadis. Estes nadis são os canais sutis através dos quais o Prana circula. Mais propriamente do que aspectos da fisiologia humana, eles são as correntes de energia que sustentam o funcionamento desta fisiologia. Diz- se que nenhuma célula no corpo pode ficar a uma distância acima de 5 milímetros do suprimento de sangue. Em termos de Prana, os próprios nadis circulam através de todas as células do corpo e não há possibilidade de vida sem Prana. Por este motivo, bloqueios nos canais de energia estão relacionados ao aparecimento de doenças.
• Dos vários nadis no corpo, três são mais importantes. Estes são chamados de Ida, Pingala e Sushumna. Ida representa o lado lunar, ou feminino, da criação. Pingala representa os aspectos masculinos, ou positivos, da criação. Sushumna é um canal central, por onde a energia circula, quando todas as forças opostas dentro do corpo/mente estão em estado de equilíbrio.
• O Pranayama é uma ponte entre a consciência e a inconsciência e serve para integrar corpo, mente e Espírito. O diafragma, principal músculo da respiração, simboliza isto. Os músculos do corpo são, de maneira geral, de dois tipos: músculos esqueléticos, que são estriados e se contraem sob controle voluntário, e os músculos lisos, que formam os órgãos internos e são considerados involuntários (do ponto de vista do Yoga, grande parte de nossa fisiologia interna pode ser controlada conscientemente). O diafragma é semi-estriado (o que significa que é tanto um músculo voluntário, quanto involuntário), fazendo um elo de ligação, portanto, entre o funcionamento consciente e inconsciente do corpo.
• Um objetivo básico do Yoga é fazer com que o que é inconsciente se torne consciente. O Pranayama traz a respiração e o Prana ao consciente.
• Para a compreensão de como funciona o Pranayama, é importante que se considere o corpo humano como um veículo de energia. Através do Pranayama, esta energia é armazenada, expandida, diminuída ou supercarregada por meio de diversos padrões de respiração. O trabalho com o corpo como um sistema de energia tem efeito sobre todos os sistemas físicos e também sobre os centros de energia sutis, ou chakras. O Pranayama pode aumentar, diminuir ou equilibrar o fluxo de energia dentro destes centros.
• O controle do fluxo de energia dentro dos chakras está diretamente relacionado com o processo de transformação. Começamos por infundir, ou proporcionar aos chakras todo o seu potencial de Prana. Esta energia é então direcionada para cima, em direção ao chakra do topo da cabeça. Cada um dos chakras representa um nível do desenvolvimento humano. O Pranayama como um veículo de expansão de nosso potencial de evolução
• As bandhas, ou contrações, são maneiras de vedar o local onde esta transformação ocorre.

Mulabandha, a contração da base, é o fundo do “vaso de barro” que é o corpo. Jalandharabandha, a contração da garganta, é a tampa do “pote” e Uddiyana bandha controla o volume de ar dentro do pote.