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História do Yoga – parte I

Acompanhe abaixo, a cronologia da História do Yoga:

 

1. Época Védica: cinco mil anos atrás. Mantra Yoga

2. Samkhya: uma filosofia originada a aproximadamente três mil anos atrás que influencia toda as outras tradições de yoga que vieram depois. A origem de Jnana Yoga

3. Época do Vedanta: três mil anos atrás. Jnana Yoga, Karma Yoga e Bhakti Yoga.

Textos principais: Os Upanishads e Bhagavad Gita

4. Época de Buda: dois mil e quinhentos anos atrás. Raízes de Raja Yoga.

Marca o início das tradições de yoga que não aceitavam a autoridade dos Vedas e que são, essencialmente, psicologias e não religiões.

5. Codificação do Yoga até então por Patanjali: dois mil anos atrás. Raja Yoga

Desenvolvimento da Meditação como ciência.

Importância de poderes espirituais na prática de Yoga.

Origem embriônica dos Chakras e do Tantra Yoga.

6. Época do Tantra: mil e quinhentos anos atrás. Chakra Yoga.

O corpo como veículo ao invés de um obstáculo para a espiritualidade.

O uso dos sentidos, cor, forma, som, como caminhos para o espírito.

7. Época do Hatha Yoga: mil anos atrás.

Fortes influências de Patanjali e do Tantra.

Enfoque na saúde e integração do corpo e da mente e da integração de polaridades como veículos para alcançar o espírito.

8. Época do Yoga moderna. De cem anos até hoje.

Renascimento da cultura tradicional da Índia através de uma desilusão com relação ao colonialismo e modernismo. A propagação do Yoga no Ocidente e a reinvenção do Yoga como disciplina psicofísica.  O professor de Yoga como agente da transformação da sociedade in termas de saúde física, integração psicoemocional e reconhecimento de crescimento espiritual como proposito da vida.

 

Os caminhos de Yoga no contexto das épocas da história do Yoga

 

1. Época Védica: de 3 a 5 mil anos atrás – Caminho de Yoga associado com esta época: Mantra Yoga.

O uso de som para unir-se com o sagrado

  • A Índia antiga representa uma mistura de influências indígenas e influências da Ásia Central;
  • O idioma Sânscrito tem origem na Ásia Central e forma a base do grego, do latim, do inglês e de outros idiomas europeus;
  • O idioma sânscrito é muito mais que uma forma de comunicação. Ele é a fonte da criação do universo e o divino em manifestação, mas, nessa época, somente através dos sacerdotes;
  • O som de OM e o uso de mantras sagrados é o legado desta tradição;
  • A palavra mantra quer dizer: “Aquele que carrega a mente”. Ele preenche a mente com intenções positivas que substituem padrões de negatividade;

 

O controle da atenção e respiração

  • A religião desta civilização está codificada nos Vedas que coletâneas de orações dedicadas a mais de cem deidades. Veda quer dizer conhecimento;
  • O mais importante de todos os Vedas, chama-se Rig Veda, e é composto de mais de cento e dez mil mantras em homenagem às mais de cem deidades. O mantra mais famoso do Rig Veda é o Gayatri Mantra;
  • Esta civilização era organizada em castas: 1º os brahmanes – sacerdotes; 2º os kshatrias – políticos e guerreiros; 3º os vaishyas – comerciantes; 4º os shudras – trabalhadores;
  • Representa um segmento da sociedade especializado em práticas espirituais;
  • Os Brahmanes eram um grupo muito poderoso, porque a comunicação com as deidades e a obtenção dos favores e bênçãos advindas destas deidades eram adquiridas apenas através deles;
  • A memorização dos vedas e o canto deles exigiu controle da atenção e respiração que é uma fundação de Yoga.

 

Deidades como corporificações de qualidades positivas – reflexos da natureza positiva do universo

  • Inicialmente a prática de Mantras era usada como veículo de suplicação de bens e bênçãos às deidades.
  • Estas deidades são arquétipos de qualidades universais que existem no cosmos e em nossa própria consciência. Ex: Ganesha = proteção; Saraswati = Criatividade; Lakshmi = Riqueza material e sutil: Shiva = purificação, Savitri = sol como símbolo de iluminação espiritual.
  • Mantra serve para purificação da mente, porque ele oferece um ponto de concentração fixo, positivo e repetitivo.

 

Por Joseph Le Page

Filosofia Samkhya para Crianças de todas as Idades

Era uma vez um planeta chamado Purusha. Você poderia dizer que Purusha era um lugar perfeito para se viver; todos estavam felizes e havia uma sensação de que não havia tempo ou limites. De fato, o povo de Purusha era completo em todos os sentidos. O único problema era que em todo aquele vasto reino não havia um espelho. Sem um espelho, os Purushianos não podiam ver a si mesmos, então, embora fossem perfeitos, não tinham como reconhecer ou tomar consciência de sua perfeição inerente. Essa ausência de um espelho para ver o próprio reflexo era a fonte do desejo de ir em busca de um caminho de autoconhecimento.

Um dia, os Purushianos ouviram falar de um planeta distante chamado Prakṛti. Lá era  possível conhecer a si mesmo em um mundo de dualidade, com o mundo lá fora e um “eu” separado para experimentá-lo. Este mundo de dualidade podia ser experimentado através do som, do tato, da visão, do paladar e do olfato, por isso era de fato um espelho para todos os cinco sentidos. Viajando para Prakṛti, os Purushianos seriam capazes de ter toda a paz e alegria ilimitadas de Purusha e também estar conscientes disso; uma jornada de exploração e aprendizado, para retornar a Purusha tão inteiros quanto conscientes de sua totalidade.

Para fazer a viagem ao planeta Prakṛti, os Purushianos precisavam de naves espaciais que pudessem suportar a atmosfera quando chegassem. Então construíram suas naves com os mesmos cinco elementos que compõem o planeta Prakṛti, para onde iriam: terra, água, fogo, ar e espaço. Cada nave era feita à mão e tinha características individuais, mas no geral, elas se encaixavam em três modelos básicos: as naves kapha eram densas e sólidas, as naves pitta eram rápidas e impetuosas, com motores potentes, e os modelos vata eram leves e rápidos.

As naves são chamadas de Corpos. No centro de cada nave está o principal passageiro, chamado “Espírito”, que carrega a essência da liberdade e consciência ilimitadas, a marca registrada do planeta Purusha. Cada nave também tem um piloto chamado “Mente”. Logo, Corpo, Mente e Espírito devem trabalhar juntos para fazer a jornada, com o entendimento de que tanto o corpo quanto a mente são, em última análise, veículos para a jornada da Alma em direção ao Autoconhecimento.

No início de sua jornada, os Purushianos instalaram um poderoso transmissor no espaço para que estivessem sempre em contato com o planeta Purusha. Esta ferramenta de transmissão para Purusha foi chamada Mahat, que significa “o grande” para que a essência da totalidade e do ilimitado que são as marcas registradas do planeta Purusha nunca fossem perdidas. Cada espaçonave também tinha um computador de bordo ultra-inteligente, chamado Buddhi, para garantir que os sinais vindos de Purusha fossem recebidos e transmitidos ao piloto para guiar a nave ao planeta Prakriti e retornar ao planeta Purusha. 

Cada nave tem sua própria identidade ou senso de individualidade, pois cada uma é uma combinação única dos cinco elementos, de modo que a jornada e o destino de cada um são únicos, tanto na jornada para Prakriti quanto no caminho de retorno a Purusha. Essa identidade única e individual para cada viajante é chamada de Ahamakara, que pode ser traduzida livremente como “quero fazer do meu jeito!”

Embora cada nave tenha uma jornada única, no geral, eles se enquadram em três categorias básicas. As naves kapha são pesadas e lentas, mas fazem um progresso constante. A embarcação pitta se destaca em velocidade e desempenho, mas quando as coisas dão errado, o piloto perde um certo tempo procurando a quem culpar. As naves vata têm a jornada mais emocionante, explorando diferentes universos e planetas, mas muitas veze, o condutor acaba esquecendo onde deixou as chaves da espaçonave… 

No final, todas as naves chegaram ao mesmo tempo ao destino. À medida que se aproximam do planeta Prakṛti, os pilotos preparam os dispositivos sensores necessários para a exploração. Um conjunto de dispositivos sensoriais são os jnanendriyas, ou instrumentos de conhecimento, incluindo a capacidade de cheirar, saborear, ver, tocar e ouvir. Os outros são instrumentos de ação chamados karmendriyas, como a capacidade de falar, tocar, mover, agarrar, eliminar resíduos e até mesmo procriar pequenas naves Purushianas, pois a jornada completa pode levar mais de uma geração.

Enquanto as naves se aproximam do planeta Prakṛti, elas encontram uma série de tempestades inesperadas que fazem parte de sua atmosfera. Há tempestades de tremenda energia e turbulência, chamadas rajas. Há também marasmo, chamados tamas, em que nada se move. Esses ciclos de rajas e tamas são intercalados com momentos de equilíbrio perfeito, chamados sattva, quando a jornada flui suavemente e sem esforço. 

Todas as naves conseguem chegar ao planeta Prakṛti, mas a jornada é difícil. Muitos dos pilotos chegam traumatizados e sofrendo de amnésia crônica recorrente, na qual esquecem sua missão original de exploração e autoconhecimento para retornar ao planeta Purusha. Eles passam a acreditar que são suas naves compostas pelos cinco elementos e usam seus sentidos e órgãos de ação para buscar o prazer e evitar a dor, acreditando que prakriti e suas experiências são sua única realidade, enquanto o passageiro e o motivo da viagem, o  Espírito, está completamente esquecido, ou é apenas uma memória distante. Com sua missão original esquecida, seu tempo é gasto no shopping procurando itens para embelezar a nave ou nas férias tirando selfies.

Esse padrão de dirigir suas naves em círculos para se manterem ocupados, sem nunca encontrar o verdadeiro propósito ou significado da vida, é chamado de Samsara, que significa literalmente “andar em círculos”. Mas não importa o quanto eles tentem se manter ocupados para evitar olhar para suas vidas mais profundamente, há uma sutil voz interior vindo do Espírito, dizendo-lhes que deve haver algum propósito e significado mais profundos para viver. 

Aqueles que ouvem esta mensagem mais claramente são os Rishis, ou videntes, e Gurus, aqueles que podem levar as pessoas dos padrões circulares do planeta Prakṛti de volta à lembrança de quem eles realmente são como cidadãos de Purusha. Esses pioneiros também são chamados de Yogis, o que significa “unir” ou, neste caso, “reunir-se com quem somos como Espírito”. 

Aqueles que decidem fazer a viagem de volta para Purusha precisam primeiramente reparar suas naves dos danos causados ​​pelo estresse crônico e sobrecarga sensorial causadas em um planeta sob o domínio e a constante variação dos três gunas (rajas, tamas e sattva). 

Essas estações de reparo usam uma ciência chamada Ayurveda para reequilibrar os cinco elementos dos quais as naves são feitas. Às vezes, todos os sistemas das naves devem ser completamente limpos em um processo chamado Panchakarma. Uma vez em equilíbrio, as naves precisam de um caminho para sua jornada de volta, e um dos mais claros deles é do Sábio Patanjali: Um manual sobre o retorno ao Planeta Purusha em 8 passos, chamado Ashtanga Yoga

Os dois primeiros passos, chamados yama e niyama, são guias de conduta e comportamento na jornada para casa.  O terceiro passo, asana, é um guia para manter a nave estável e confortável para garantir sua segurança ao longo do caminho. O quarto passo, pranayama, envolve ter energia adequada para a jornada e usar essa energia

com sabedoria. O quinto passo, pratyahara, é tirar a atenção do piloto de todas as distrações do planeta Prakṛti para que ele possa se concentrar em sua jornada de retorno. O sexto passo, dharana, é estabelecer um curso fixo de um ponto e permanecer nesse curso durante todo o caminho para casa. O sétimo passo, dhyana ou meditação, é a própria jornada, com todos os sistemas da nave funcionando de forma espontânea e sem esforço, guiados por Buddhi em contato com Mahat para manter uma comunicação contínua com a energia de paz e alegria do planeta Purusha. Através da metodologia do Asthanga Yoga, muitas das naves podem voltar para casa e, uma vez lá, reassumir sua verdadeira identidade como cidadãos do planeta Purusha e retornar a um estado de paz, integridade e harmonia chamado samadhi, o oitavo e final passo do manual. 

Esses exploradores, no entanto, não são os mesmos de quando partiram. Agora eles têm um espelho de consciência. Eles conhecem o planeta Prakṛti e o mundo da dualidade e agora, voltando para casa no planeta Purusha, eles estão completos e inteiros e sabem que é assim. O aprendizado final e mais profundo desta jornada é que o planeta Purusha e o planeta Prakṛti são, na verdade, um. O mundo da matéria e o mundo do espírito não são opostos um ao outro e nossa própria versão do planeta Prakṛti, chamada Terra, está nos chamando para tratá-la com amor e reverência para que Purusha e Prakṛti possam viver juntos em paz e alegria, felizes para sempre.

Por Joseph Le Page
Tradução Glaucia Rosa Damazio

 

O que é meditação?

Existem inúmeras maneiras de entender a meditação.

Por um lado, é uma técnica para focar e acalmar a mente. Por outro lado, é o reconhecimento do nosso verdadeiro Ser como consciência pura, que é UM com todo o universo e com a fonte divina da criação.

Também podemos dizer que focar e acalmar a mente é a prática inicial da meditação, enquanto o reconhecimento do nosso verdadeiro Ser é o objetivo final. Entre esses dois polos, existe um enorme campo de teoria e prática com uma história de mais de cinco mil anos.

Meditação e os 5 koshas

Uma das melhores maneiras de colocar toda a meditação dentro de um formato compreensível é o modelo dos cinco koshas da Taittirya Upanishad, de três mil anos atrás.

Neste texto sagrado, Bhrigu pergunta a seu pai Varuna como meditar para conhecer a natureza de Deus e seu próprio Ser. Varuna diz a Bhrigu que para alcançar esse entendimento, ele terá que meditar com tapas, disciplina e sinceridade. Bhrigu faz cinco jornadas de meditação e cada uma permite que ele vá na direção do seu objetivo de autoconhecimento. Essas cinco viagens são chamadas de cinco koshas, e ao compreendê-las, podemos entender toda a meditação.

Os cinco koshas também servem como uma estrutura para nossa própria jornada de autoconhecimento.

Os 5 koshas

1. No nível de Annamaya Kosha , o meditador aprende a estabilizar o corpo e a postura. Também acalma e equilibra os sistemas fisiológicos do corpo.

2. No nível de Pranamaya Kosha, o meditador aprende a estabilizar a respiração e o corpo sutil composto por chakras e energia.

3. No nível de Manomaya Kosha, o meditador aprende a relaxar, focar e estabilizar a mente.

4. No nível de Vijnyanamaya Kosha, o meditador aprende a testemunhar, a observar com neutralidade tudo o que ocorre na mente e no corpo.

5. No nível de Anandamaya Kosha, o meditador experimenta as qualidades inerentes ao seu verdadeiro Ser, incluindo a plenitude, o silêncio interior, a paz, o propósito e significado da vida.

6. Em última análise, o meditador alcança absoluta clareza em relação à sua própria identidade, à natureza da criação e à natureza do Criador, a inteligência no coração de tudo o que existe, chamado Brahman.

Assista ao vídeo e experimente estes níveis em uma breve meditação, que nos permitirá integrar todo o panorama da meditação e ter um vislumbre de nosso verdadeiro Ser.

Joseph Le Page

Curso “A Essência do Yoga”, com Joseph Le Page em Manaus

Instituto de Yoga Ganesha, em Manaus (AM), recebe no mês de julho o Curso A essência do Yoga. Ministrado por Joseph Le Page, Cléo Weber e Géssica Weber, o curso permite o vivenciar e desabrochar dos vários ramos do Yoga que, juntos, constituem uma compreensão da essência do Yoga em sua totalidade. O curso oferece certificado de 50 horas de Participação em Yoga Integrativa, do Centro de Yoga Montanha Encantada.

Inscrições até o dia 15 de junho têm R$100 de desconto!

Curso: “A essência do Yoga”

Data: de 26 a 31 de Julho de 2022. (de terça-feira à noite até domingo à noite)

Local: Local: Instituto de Yoga Ganesha, Manaus – Av. Álvaro Maia, 406 Presidente Vargas.
Ao lado da Creche Lápis Criativo.

  • A essência das posturas de Yoga (Ásana)

 

Quais são seus princípios essenciais para a prática autêntica e segura. Para as principais posturas abordaremos alinhamentos, benefícios, contraindicações, ajustes, variações e modificações que atendam às necessidades individuais;

  • A essência do Pranayama

Quais são os princípios essenciais para a prática das técnicas de respiração para otimizar a saúde e longevidade, aquietando e acalmando a mente. Abordamos as principais técnicas de Pranayamas, técnicas de respiração e Mudras, gestos de mãos, para otimizar o fluxo de energia vital e saúde.

  • A essência do Dhyana

Quais são os princípios essenciais para a prática de meditação a fim de desenvolver concentração, clareza e equilíbrio mental, e uma experiência de autoconhecimento.

  • A essência dos Chakras

Quais são os princípios essenciais para o entendimento dos Chakras, os centros energéticos do corpo, e o papel deles na saúde, no equilíbrio e em nossa evolução espiritual.

  • A Essência do Yoga Nidra

Quais são os princípios essenciais para a prática de relaxamento profundo, permitindo a redução do estresse e o desenvolvimento de clareza mental.

  • A essência de Vidya

Quais são os princípios essenciais da filosofia do yoga para entender quem somos, a natureza e o propósito da vida.

Inscreva-se aqui!

Programação do Curso A Essência do Yoga em Manaus

Dia 26 de julho (Terça-feira)

20:30 as 22 horas. Abertura e introdução

 

Dias 27, 28, 29, 30 e 31 de Julho (Quarta a domingo)

07:00 as 08: 30 – Aula de Yoga e Meditação.

08 :30 as 09 :30: Café de manhã.

09:30 11:00- – A Essência da Vidya, Filosofia do Yoga (Joseph).

11:00 a 11:15 – Intervalo.

11:15 a 13:00 – A Essência do Ásana: as posturas de Yoga (Cleo e Gessica).

13 a 14;30 – Almoço.

14;30 a 16;00 – A Essência dos Chakras, a experiência dos centros energéticos como um caminho espiritual (Joseph).

16;00 a16;15- Intervalo.

16:15 as 17:30 – A Essência dos Pranayamas, as técnicas de respiração, (Géssica).

17:30 as 17:45 – intervalo.

17:45 as 19:00 – A Essência de Meditação e Yoga Nidra, experimentando a teoria e técnica de Meditação, finalizando numa experiencia de relaxamento profundo. (Joseph, Cléo, Géssica).

19;00 as 20:30 – Jantar.

20:30 as 21:30 – Atividades suaves e relaxantes, incluindo movimentos terapêuticos, cantos de mantras, danças circulares e cerimônia de encerramento no domingo.

Sobre o espaço Instituto de Yoga Ganesha, Manaus

Informações e reservas

Valor do curso: R$950,00 (O café de manhã esta incluso)

Reservas via Depósito de R$300,00 através do PIX: 05.402.679/0001-69 em nome de Yoga Integrativa

O restante do valor deverá ser pago via PIX até 24h antes do início do evento. Os comprovantes devem ser anexados no formulário de inscrição ou enviados para Géssica Weber

E-mail: gessicaweber@gmail.com
Fone: 55 9991.05624

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Sobre os Professores

Prof. Joseph Le Page

Norte-americano, naturalizado brasileiro. Mestre em educação experiencial e fundador do Integrative Yoga Therapy (1993). Nos últimos 20 anos, formou mais que 3.000 professores de Yoga e Yogaterapeutas pelo mundo. É fundador do programa de Yoga para Pacientes Cardíacos, no California Pacific Medical Center, San Francisco/CA, em 1995. Desde 1996, faz parte da equipe de professores do Kripalu Center, MA, o maior instituto de Yoga dos EUA. Fez parte da equipe de professores do Mestrado em Yoga, em Sonoma State University, e Antioch University, ambos na Califórnia. É Co-fundador do Centro de Yoga Montanha Encantada, em Garopaba/SC, o maior centro de retiro de Yoga e autoconhecimento da América Latina, inaugurado em 2003. Presidente do Instituto Yoga Integrativa, entidade sem fins lucrativos, localizada no Centro de Yoga Montanha Encantada. É co-diretor do programa de Yogaterapia Coração Saudável, realizado desde 2006 em Garopaba/SC, em parceria com p PSF-NASF de Garopaba e com o Projeto Amanhecer do Hospital Universitário da UFSC.

Prof. Cléo Weber

Pedagoga. Formada em Let Your Yoga Dance, nos EUA. Formada em Yoga Integrativa pelo Centro de Yoga Montanha Encantada, em 2015. Yogaterapeuta formada no Centro de Yoga Montanha Encantada, desde 2016. Formada em Naturopatia e Dança Circular Sagrada. Cleonice atualmente ministra aulas de yoga e práticas de Chakra Yoga Dance no Espaço Pura Yoga e outras cidades da região

Prof. Géssica Weber

Engenheira Ambiental e Mestre em Engenharia Ambiental. Possui formação de professora de Yoga pelo Centro de Yoga Montanha Encantada (2017), Anatomia do Yoga e Formação Livre em Meditação. Desde a sua formação atua como professora assistente em diversos cursos do Centro. Atualmente gerencia e ministra aulas de Yoga Integrativa no Espaço Pura Yoga (Santa Maria – RS). Também ministra aulas na Formação de Professores em Yoga Integrativa – Formato extensivo em Santa Maria – RS.

Namaste!

 

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As Dezesseis Qualidades do Ser Autêntico

Nosso verdadeiro Ser, purusha, está além de qualquer descrição porque está além da mente e do reino da prakriti. Podemos, no entanto, adquirir um senso de nosso Ser interior reconhecendo e cultivando suas qualidades essenciais. Essas qualidades são 16, que representa o número de pétalas do chakra da garganta. Dezesseis é descrito como um número perfeito porque representa a harmonia perfeita entre o crescente e o minguante da lua. Todos os números das pétalas dos chakras culminam em 16:

Primeiro chakra = 4 pétalas; Segundo chakra, 4+2=6 pétalas; Terceiro chacra, 6+4=10 pétalas, Quarto chacra, 10+2=12 pétalas, Quinto Chacra, 12=4=16 pétalas, Sexto chacra = 2 pétalas restantes. É o chakra da garganta onde as dezesseis tendências limitantes relacionadas à personalidade condicionada são vistas, questionadas e liberadas, e também onde as dezesseis qualidades do Ser autêntico são integradas, permitindo-nos falar nossa verdade a partir de nosso Ser interior e não da personalidade condicionada.

 

1. Imutabilidade – avyakta

Dentro do reino da prakriti, tudo está em constante processo de mudança, mas o observador, nosso ser interior, que sempre foi e sempre será, é primordial e imutável, avyakta.

Para experimentar essa qualidade, coloque suas mãos em Adhi mudra e faça seis respirações, permitindo que essa qualidade floresça de dentro de si e permeie todo o seu ser enquanto você canta Om Avyakta Devaya Namaha.

2. Totalidade – purnatvam

No reino da prakriti, os resultados de nossas atividades e a percepção de nosso próprio ser raramente são completos e, muitas vezes, estão sujeitos a sentimentos de inadequação, inefetividade ou fracasso. Em nossas interações, parece que sempre há algo que queremos ter, fazer ou mudar dentro de nós mesmos ou em nosso entorno, para nos sentirmos completos. Em contraste, nosso Ser interior é naturalmente inteiro e completo, purnatvam, de modo que não sentimos uma necessidade compulsiva de fazer ou realizar em nosso entorno. Além disso, quando planejamos e organizamos projetos, somos menos apegados aos resultados e mais atentos ao processo de aprendizagem que ocorre ao longo da jornada.

Para experimentar essa qualidade, coloque suas mãos em Hakini mudra e faça 6 respirações, permitindo que essa qualidade de totalidade floresça e permeie todo o seu ser enquanto você canta Om Purnatvam Devaya Namaha.

3. Naturalidade – sahaja.

Dentro do reino da prakriti, é comum sentir que não estamos completamente confortáveis ou que não podemos realmente ser nós mesmos; que estamos vivendo uma vida planejada para nós que não é verdadeiramente nossa. À medida que nos alinhamos com nosso ser interior, experimentamos uma naturalidade, sahaja, ao viver como se estivéssemos sempre no lugar certo, na hora certa e pudéssemos ser completamente relaxados e naturais como somos.

Para experimentar essa qualidade, coloque suas mãos em Ushas mudra e faça 6 respirações, permitindo que essa qualidade de naturalidade floresça de dentro e permeie todo o seu ser enquanto você canta Om Anuthana Devaya Namaha.

4. Alegria intrínseca – mudita

Dentro do reino da prakriti, a satisfação e a felicidade dependem, em grande parte, do nosso entorno. À medida que nos unimos com nosso Ser interior, descobrimos uma fonte de alegria e paz que brota de dentro de nós e transborda para o nosso entorno. Essa mola interior proporciona alegria e satisfação continuamente e é especialmente importante quando encontramos obstáculos e desafios, permitindo-nos enfrentá-los de forma mais objetiva e com a certeza de que nossa paz interior prevalece, não importa o que esteja acontecendo ao nosso redor. Essa alegria interior também é importante para irradiar a energia da alegria e do bom humor que são reflexos do Ser interior em nosso entorno, para apoiar os outros na jornada do despertar.

Para experimentar essa qualidade, coloque suas mãos em Hansi mudra e faça 6 respirações, permitindo que essa qualidade de alegria intrínseca floresça e permeie todo o seu ser enquanto você canta, Om Mudita Devaya Namaha.

5. Leveza – laghiman

 No nível da personalidade condicionada, tensão e resistência são muitas vezes o resultado do constante cabo de guerra entre nossas necessidades percebidas e nossas capacidades e possibilidades percebidas. Isso geralmente resulta em estresse e uma atmosfera interna e externa de densidade. Sob os efeitos do estresse, há uma tendência a se identificar com a personalidade limitada e levar as coisas, mesmo as pequenas, a sério e de forma pessoal, resultando em ainda mais peso, estresse e sofrimento. Este peso e estresse são fatores importantes desenvolvimento da doença corpo-mente. À medida que nos alinhamos com o nosso Ser interior, temos uma visão mais ampla das interações e situações ao nosso redor, reconhecendo que elas existem para nos guiar ao longo de nossa jornada, mostrando-nos as crenças centrais que são a causa do sofrimento. Dentro dessa perspectiva mais ampla, liberamos o estresse e o peso que são a causa da doença, permitindo-nos viver com leveza e facilidade e uma sensação de diversão mesmo quando as situações são desafiadoras.

Para experimentar essa qualidade, coloque as mãos em Hastaphula mudra e faça 6 respirações, permitindo que essa qualidade de leveza e facilidade floresça de dentro e permeie todo o seu ser enquanto você canta Om Laghiman Devaya Namaha.

6. Equanimidade – samatva

No nível da personalidade condicionada, a vida muitas vezes pode parecer uma montanha-russa onde estamos subindo ou descendo com apenas breves momentos de equilíbrio entre eles. À medida que nos alinhamos com nosso Ser interior, descobrimos um lugar de profunda paz interior e equanimidade, como estar nas profundezas do mar, onde as tempestades que assolam a superfície mal são sentidas e nada mais tem o poder de nos tirar do nosso centro. Com maior centralização e equanimidade, qualquer desafio imprevisto que surja é visto como uma oportunidade para reconhecer e dissolver crenças centrais limitantes que nos mantêm presos à personalidade limitada. E, mesmo quando perdemos o equilíbrio, recuperamos mais rapidamente.

Para experimentar essa qualidade, coloque suas mãos em Dhyana mudra e faça 6 respirações, permitindo que essa qualidade de equanimidade floresça de dentro e permeie todo o seu ser enquanto você canta Om Samatva Devaya Namaha.

7. Propósito de vida – Svadharma

No nível da personalidade condicionada, a confusão quanto ao propósito e significado de nossa vida é muito mais comum do que a certeza. À medida que nos unimos com nosso Ser interior, ganhamos um conhecimento de quem somos além de toda teoria e questionamento, e também reconhecemos esse conhecimento como nosso propósito e significado de vida. Com esse sentido de significado, somos guiados a desenvolver nossos talentos e possibilidades únicas que, de uma forma ou de outra, servem a toda a jornada da humanidade em direção ao seu destino na forma de autoconhecimento e despertar espiritual.

Para experimentar essa qualidade, coloque suas mãos em Kubera mudra e faça 6 respirações, permitindo que essa qualidade de conhecer seu propósito e significado de vida floresça de dentro e permeie todo o seu ser enquanto você canta Om Svadharma Devaya Namaha.

 

8. Compaixão – Karuna

Dentro do reino da prakriti, tendemos a enquadrar todas as experiências e interações dentro das lentes de nosso próprio condicionamento limitado. À medida que nos alinhamos com nosso Ser interior, cultivamos a compaixão, que é a capacidade de ver as situações pelos olhos dos outros; ver a vida como os outros a vêem. Com essa visão, vemos os outros sofrendo e entendemos intuitivamente o condicionamento que trouxe esse sofrimento à existência. Também vemos que a intenção central dos outros, mesmo quando seu nível de consciência é limitado, não é criar dano ou negatividade, mas apenas encontrar a felicidade e evitar o sofrimento dentro dos limites de sua compreensão. Também entendemos que quando os outros agem negativamente, isso não é direcionado a nós pessoalmente, mas apenas reflexos de suas próprias limitações e necessidades e prioridades mal percebidas que são projetadas em qualquer um que esteja em seu caminho. Também podemos reconhecer que o sofrimento dessas pessoas é real e que nós também sofremos assim no passado e agimos inconscientemente. Vemos que as crenças alheias, assim como as nossas, não são fixas, pois cada indivíduo sempre tem a capacidade de se transformar e viver de forma mais consciente. Finalmente, reconhecemos que a melhor maneira de ajudar os outros a mudar suas atitudes e tendências não é por meio de críticas ou conselhos, mas por meio de nosso próprio exemplo de vida em paz e equanimidade.

Para experimentar essa qualidade, coloque suas mãos em Karuna mudra e faça 6 respirações, permitindo que essa qualidade de compaixão floresça de dentro e permeie todo o seu ser enquanto você canta Om Karuna Devaya Namaha.

 

9. Discernimento – Viveka

No nível da personalidade limitada, há uma tendência a se identificar com nossas formas condicionadas de ver e ser, mesmo quando sabemos que elas não oferecem a possibilidade de liberdade, felicidade e paz, mas tendem a perpetuar padrões de limitação e sofrimento. À medida que o reconhecimento de nosso Ser interior como nossa verdadeira identidade se torna mais completo, somos capazes de discernir claramente entre os klishta vrittis, os pensamentos, sentimentos e crenças que causam sofrimento, e os aklishta vrittis, os movimentos dentro da consciência que levam à liberdade e à liberdade. despertar. Limitar as vritis que levam ao sofrimento não se dissolverá rapidamente devido à profundidade de nosso condicionamento, mas, por meio do discernimento, desenvolvemos a capacidade de presenciá-las sem reagir inconscientemente. Testemunhar gradualmente reduz o poder dessas dores produzindo vrittis, permitindo-nos viver com maior liberdade e autonomia.

Para experimentar essa qualidade, coloque suas mãos em Citta mudra e faça 6 respirações, permitindo que essa qualidade de compaixão floresça de dentro e permeie todo o seu ser enquanto canta Om Viveka Devaya Namaha.

10. Entrega ao Senhor – Ishvara Pranidhana

Dentro do reino da prakriti, tendemos a confiar em nossas habilidades no nível da personalidade para encontrar felicidade, sucesso e significado. Como a prakriti é governada pelos três gunas e, portanto, caracterizada pela mutabilidade e incerteza, os resultados são sempre mistos e muitas vezes levam ao sofrimento quando nossos planos e expectativas não se concretizam como esperado. À medida que nos alinhamos com nosso Ser interior, nós o reconhecemos como um reflexo da inteligência no coração de todas as coisas, Ishvara, a Fonte de Energia. Ao nos alinharmos com a Fonte, transcendemos os altos e baixos dentro do reino dos gunas e reconhecemos que a felicidade, o sucesso e a paz que buscamos são a natureza de nosso próprio Ser como reflexos da natureza infinita da Fonte de Energia. Através desse alinhamento com a Fonte, entramos em um estado de graça divina, que tanto nos guia quanto nos protege ao longo de nossa jornada. Dentro da luz da graça, encontramos uma sincronia com os ritmos universais e nos tornamos co-criadores em nosso entorno para apoiar o destino maior da humanidade como o despertar espiritual para o ser. Também usamos nossos desafios e dificuldades como formas de ver onde ainda estamos nos apegando à personalidade limitada para que possamos nos render cada vez mais profundamente.

Para experimentar essa qualidade, coloque suas mãos em Pushpanjali mudra e faça 6 respirações, permitindo que essa qualidade de rendição floresça de dentro e permeie todo o seu ser enquanto você canta Om Ishvara Pranidhana Devaya Namaha.

 

11. Silêncio interior – Antar Mauna

No nível da personalidade condicionada, o nível de contentamento e paz que encontramos geralmente depende das circunstâncias ao nosso redor. Em termos de silêncio interior, a maioriadas pessoas luta na meditação por um período de tempo considerável para encontrar momentos de silêncio. Através da entrega e da graça cada vez mais profundas, naturalmente começamos a experimentar o silêncio e a paz interior através do alinhamento com o nosso Ser, que é simultaneamente união com a Fonte de Energia. Esse silêncio e paz estão além da mente e do reino de prakriti e, portanto, mais imunes aos altos e baixos ao nosso redor.

Para experimentar essa qualidade, coloque suas mãos no Kurma mudra e faça 6 respirações, permitindo que essa qualidade do Silêncio Interior floresça de dentro e permeie todo o seu ser enquanto você canta Om Antar Mauna Devaya Namaha.

 

12. Onisciência – Sarvavidya

Dentro do reino da prakriti, tendemos a aprender de forma compartimentalizada, dominando informações sobre temas específicos. Mesmo quando nos tornamos doutores, nosso conhecimento em qualquer área é limitado. Em termos do quadro maior da existência, quanto mais a ciência descobre, mais questões surgem e o escopo de nossa compreensão é diminuído pela infinidade da criação. Por exemplo, quanto mais a física avança, mais a definição de criação material se assemelha àquela que o Yoga apurou intuitivamente, e campo de energia sem fim cuja manifestação como materialidade é quase nada! À medida que nos alinhamos com nosso Ser interior como reflexo e extensão da energia da Fonte, cultivamos um tipo diferente de conhecimento na forma de um conhecimento intuitivo da essência de todas as coisas, das leis que governam a própria criação e da Fonte que está subjacente a estes. Esse conhecimento também fornece informações sobre quem somos, a natureza das coisas criadas e nosso propósito de vida e destino na forma de despertar espiritual.

Para experimentar essa qualidade, coloque suas mãos em Bhairava mudra e faça 6 respirações, permitindo que essa qualidade de onisciência floresça de dentro e permeie todo o seu ser enquanto canta Om Sarvavidya Devaya Namaha.

 

13. Ilimitação – Ananta

No nível da personalidade condicionada, a limitação é uma realidade sempre presente. Quase nunca alcançamos nossos desejos e necessidades completamente. E, por nossa própria natureza humana, assim que alcançamos algo, há uma tendência a querer mais, melhor ou diferente. Além disso, mesmo quando temos tudo o que precisamos em um nível prático, existem padrões internos de deficiência que continuam a criar uma sensação de limitação e sofrimento. À medida que nos alinhamos com nosso Ser interior, reconhecemos que a verdadeira natureza do criador e da criação é ilimitada. Isso se aplica até mesmo à nossa compreensão do universo, onde a ciência muitas vezes procura encontrar fronteiras e limites, mas onde a realidade continua se expandindo. À medida que nos tornamos um com a criação ilimitada, a experimentamos como a natureza de nosso próprio Ser em samadhi. Também a integramos gradualmente na vida diária, onde passamos a entender que nossa capacidade de viver plena e alegremente também é ilimitada. Simultaneamente, mesmo no nível da manifestação material, passamos a ver que nossa capacidade de desenvolver nossos talentos e possibilidades únicas para o bem de todos os seres também é ilimitada.

Para experimentar essa qualidade, coloque suas mãos em Ananta mudra e faça 6 respirações, permitindo que essa qualidade de ilimitado floresça de dentro e permeie todo o seu ser enquanto canta Om Ananta Devaya Namaha.

 

14. Autodomínio – Vashitvam

No nível da personalidade condicionada, há uma forte tendência a se identificar e estar sujeito a uma ampla gama de emoções, impulsos e instintos relacionados a gostos, desgostos e necessidades percebidas. Padrões emocionais como um sentimento de perda, vergonha, carência ou tristeza podem abranger e caracterizar toda a nossa personalidade. À medida que nos alinhamos com nosso Ser interior, reconhecemos que essas tendências existem apenas em nossa mente e em padrões de crenças condicionadas, que não têm base na realidade. Portanto, cultivamos a capacidade de testemunhar esses padrões de negatividade, por mais poderosos que pareçam, sem nos identificar com eles como “eu”. Por meio desse compromisso de não nos identificarmos com padrões que, em última análise, causam sofrimento, desenvolvemos gradualmente a autonomia, a liberdade de escolher nossos pensamentos, emoções e crenças além do reino de nosso condicionamento, que é a essência do autodomínio.

Para experimentar essa qualidade, coloque suas mãos em Kaleshvara mudra e faça 6 respirações, permitindo que essa qualidade de ilimitado floresça de dentro e permeie todo o seu ser enquanto canta Om Vashitvam Devaya Namaha.

15. Amor incondicional – Prema

No nível da personalidade condicionada, o amor geralmente depende do ambiente e da reciprocidade. Quando recebemos carinho e nutrição, é fácil responder de maneira amorosa. Quando esse cuidado não está presente, tendemos a reagir, e a fonte do amor pode rapidamente se transformar em fonte de mágoa e dor. À medida que nos alinhamos com nosso Ser interior, nós o reconhecemos como nossa própria natureza na forma de cuidado e positividade. O amor é a própria essência da criação quando liberamos todo o condicionamento que nos mantém em busca de satisfação e felicidade em nosso entorno. Em um nível prático, essa experiência mais ampla de amor permeia nossos relacionamentos para que possamos ver que todos desejam o amor e a felicidade, que são reflexo de seu verdadeiro Ser, quem eles são na realidade. No final, o amor é simplesmente uma volta para casa. Por meio desse reconhecimento, podemos evitar a carência e a codependência que nos impedem de amar incondicionalmente.

Para experimentar essa qualidade, coloque suas mãos em Padma mudra e faça 6 respirações, permitindo que essa qualidade de amor incondicional floresça de dentro e permeie todo o seu ser enquanto canta Om Prema Devaya Namaha.

16. Liberdade espiritual – Moksha

Através do cultivo e desenvolvimento de todas as outras qualidades, naturalmente experimentamos a liberdade como nossa própria natureza; uma sensação de que não estamos mais presos nem ao nosso próprio condicionamento nem às situações ao nosso redor. Também estamos livres do medo da morte, pois reconhecemos que nosso ser interior, como um com o todo, sempre foi e sempre será. Em total liberdade e imortalidade, também nos reconhecemos como um com a inteligência no coração de todas as coisas, Ishvara, a Fonte de Energia. Os desafios podem continuar a surgir, mas lidamos com eles de forma objetiva, sem a necessidade de levar nada para o lado pessoal. Dentro dessa experiência vivida de liberdade, que reconhecemos como nosso propósito e significado de vida, nossa energia se liberta de padrões de resistência e ansiedade, permitindo-nos apoiar todos os seres na jornada do despertar.

Para experimentar essa qualidade, coloque suas mãos em Jnana mudra e faça 6 respirações, permitindo que essa qualidade de liberdade espiritual floresça de dentro e permeie todo o seu ser enquanto você canta Om Moksha Devaya Namaha.

Por Joseph Le Page

Foto: Laion Cantarelli

Yoga Sutras e a Yogaterapia

1.1 atha yogānuśāsanam

atha – agora, então; yogaḥ – a arte e ciência de realização espiritual; anuśāsanam – instrução, ensinamento, disciplina

Agora, quando o aluno está preparado, começa a instrução em Yoga.

    • A palavra atha significa “agora” e também, “portanto”, e ambas as palavras são importantes em relação à Yogaterapia.
    • “Portanto” se refere a um processo que ocorreu para nos preparar para a jornada do Yoga. No caso da Yogaterapia, esta preparação é assumir a responsabilidade pela sua própria saúde.
    • Em termos da palavra “agora”, a Yogaterapia atua sempre no momento presente, de forma que o passado, assim como as experiências de culpa ou vergonha, sejam vistos como padrões de pensamento e de crença no momento atual.
    • A raiz da palavra anushasana é shas, ​​que significa instrução, mas também está relacionada à palavra espada, refletindo a necessidade de romper com os padrões de condicionamento limitantes para atingir o bem-estar e saúde completos.
    • Shas também está relacionado com a palavra sishya que significa aluno ou discípulo, demonstrando a necessidade de encontrar um professor autêntico que possa nos guiar nesse caminho da saúde holística.

1.2 yogaś citta vṛtti nirodhaḥ

yogaḥ – a arte e ciência do despertar espiritual; citta – campo mental; vṛttiḥ – movimento, atividade, modificação; nirodhaḥ – acalmar, cessação

O Yoga acalma a atividade da mente.

    • Existem duas formas básicas de acalmar a mente e ambas são importantes na Yogaterapia.
    • O Yoga possui uma ampla variedade de técnicas que auxiliam na redução da atividade da mente, especialmente em termos de redução de padrões de pensamento negativo ou destrutivo. Asana, pranayama, mudra, meditação e Yoga nidra, todos desempenham um papel.
    • A segunda forma de aquietar a mente é por meio do testemunho, sakshitvam. O diálogo interno e a expressão externa desse diálogo continuam, mas aos poucos aprendemos a testemunhar sem reprimir ou reagir, reduzindo gradativamente a identificação, o que diminui a resposta ao estresse e as formas de doença relacionadas ao estresse.

1.3 tadā draṣṭuḥ svarūpe ’vasthānam

tadā – então; draṣṭuḥ – aquele que vê; svarūpa – verdadeira natureza, verdadeira forma; avasthānam – permanece, é estabelecido, habita

Então, quando os movimentos da mente se acalmam, aquele que vê permanece em sua própria natureza verdadeira.

    • A palavra drashtu refere-se àquele que vê e é importante porque enfatiza que o reconhecimento de nosso verdadeiro Ser é uma questão de clareza.
    • Na Yogaterapia, criamos um espaço no qual o paciente passa a ver por si mesmo que os padrões de pensamento, sentimento, formas de alívios, estilo de vida e dieta são a fonte da doença.

1.4 vṛtti sārūpyam itaratra

vṛtti – atividade, movimentos, flutuações, modificações; sārūpyam – identificação com semelhança, tomando a forma de; itaratra – em outro lugar, caso contrário

Outras vezes, quando não se permanece na própria natureza verdadeira, há identificação com os movimentos da mente.

    • Um dos maiores obstáculos na cura é a tendência de se identificar com a doença ou limitações como “eu” e “meu”.
    • Na Yogaterapia, reforçamos o entendimento de que as condições de saúde não são uma característica permanente e que nosso verdadeiro Eu é o ser interior que as testemunha.
    • Dessa forma, criamos um espaço de desidentificação com a causa do sofrimento.

1.5 vṛttayaḥ pañcatayyaḥ kliṣṭā ‘kliṣṭaḥ

vṛttayaḥ – atividades da mente; pañcatayyaḥ – de cinco tipos; kliṣṭa – doloroso; akliṣṭaḥ – não doloroso

Os movimentos da mente são de cinco tipos e são dolorosos ou não dolorosos.

    • Este sutra é essencial para a Yogaterapia porque define doloroso e não doloroso de maneiras completamente distintas das normas mantidas em nossa cultura.
    • Doloroso é tudo o que cria separação de nosso verdadeiro Ser, mesmo que possa parecer prazeroso no momento. Isso inclui toda a forma como o corpo é abusado em nome do prazer, como bebida, drogas, festas ou até mesmo exercícios ou prática de asana quando se tornam vícios.
    • Não doloroso é tudo o que leva à união com nosso verdadeiro Ser, mesmo que seja desconfortável no início, incluindo acordar cedo para praticar meditação ou confrontar crenças limitantes que trazem à tona sentimentos fortes.

1.11 anubhūta viṣayā ‘saṁpramoṣaḥ smṛtiḥ

anubhūtaḥ – experimentado; viṣayaḥ – objetos sensoriais, objetos de experiência; asaṁpramoṣaḥ – retido, não esquecido, não liberado;  smṛtiḥ – memória

A memória é a retenção de objetos sensoriais experimentados no passado.

    • Este sutra destaca a importância de trazer memórias para o momento presente, onde podem ser experimentadas como reflexos de padrões atuais de pensamento e crença, ao invés de eventos passados que não estão mais acessíveis.
    • Quando essas crenças são trabalhadas no momento presente e liberadas, não precisam mais ser retidas.

1.12 abhyāsa-vairāgya-ābhyāṃ tan-nirodhaḥ

abhyāsaḥ – prática, esforço, utilização, vontade; vairāgya – não-desejo, desapego, descolorido; ābhyāṃ – desses dois; tat – desses; nirodhaḥ – cessação, trazer à quietude

A quietude desses movimentos da mente é realizada através da prática e do desapego.

    • O yogaterapeuta trabalha para despertar essas duas qualidades essenciais no paciente:
    • A prática é essencial para modificar os padrões limitantes de dieta, estilo de vida e de crenças.
    • O desapego faz parte do processo de lembrá-lo que ele já é inerentemente completo.
    • Fazemos isso reforçando constantemente as qualidades positivas que o Yoga desperta, como a auto-estima e a paz interior.

1.17 vitarka-vicārānandāsmitā-rūpānugamāt saṁprajñātaḥ

vitarka – raciocínio cognitivo; vicāra – compreensão intuitiva; ānanda – alegria, bem-aventurança, êxtase; asmitā – “Eu sou”; rūpa – aparência de; anugamāt – acompanhado por; saṁprajñātaḥ – samādhi com um objeto de meditação

Saṁprajñātaḥ samādhi é acompanhado pelo subsequente aparecimento do raciocínio cognitivo, compreensão intuitiva, bem-aventurança e “Eu sou”.

    • Esses níveis de samadhi podem ser vistos como níveis de compreensão de nossos próprios corpos.
    • No nível vitarka, o corpo é uma entidade sólida. No nível de vichara, entendemos sua dimensão sutil.
    • No nível de ananda, descobrimos que o corpo é uma fonte de alegria e êxtase; e no nível asmita, experimentamos nosso ser mais profundo, um Eu maior, o “eu” que habita o corpo.
    • Este caminho de samadhi é também o caminho da saúde em um sentido mais amplo.

1.20 śraddhā-vīrya- smṛtiḥ samādhi-prajñā-pūrvaka itareṣām

śraddhā – fé, confiança; vīrya – energia, força, vitalidade, decisão firme, compromisso, virilidade; smṛtiḥ– lembrança, consciência, atenção plena; samādhi – meditação, concentração; prajñā – sabedoria transcendente, conhecimento; pūrvaka – precedido por; itareṣām – para outros

Para outros, não nascidos com uma predisposição natural, a obtenção de asaṁprajñātaḥ samādhi é precedida pela fé, energia, atenção plena, prática regular de meditação e sabedoria.

    • Essas qualidades são pré-requisitos para uma prática de samadhi sem esforço, mas também podem ser vistas como essenciais para a saúde da pessoa como um todo.
    • Fé é a confiança em nosso próprio Ser real e que a cura é uma faceta intrínseca desse Ser.
    • Virya é vitalidade, energia e força, a essência da saúde. Isso se desenvolve naturalmente à medida que estabelecemos um curso firme em direção ao reconhecimento de nosso verdadeiro Ser.
    • Smirtih é lembrar-se, o que é uma forma de dizer que podemos testemunhar sem identificar as formas de pensamento negativo que são a fonte de doenças, por meio da constante lembrança da perfeição inerente de nosso verdadeiro Ser.
    • Samadhi, neste sentido, é um lembrete de que a mudança de velhos padrões só pode ocorrer por meio do reforço constante de novos padrões.
    • Prajna significa sabedoria e, em relação à Yogaterapia, é o reconhecimento de que toda a jornada da vida é um caminho de cura.

1.23 īśvara-praṇidhānād-vā

īśvara – Senhor da criação; praṇidhānāt – através da devoção, dedicação, entrega; vā – ou

Ou, asaṁprajñātaḥ samādhi é experimentado através da entrega à Īśvara.

    • Parte do processo de cura é expandir nossa visão de nós mesmos para além da personalidade condicionada, com todos os seus desejos, necessidades e carências percebidas.
    • Esta visão mais ampla nos mostra como parte de toda a Criação.
    • Ishvara é a inteligência energética no coração do Universo. Quando nos entregamos à Ishvara, nos rendemos ao nosso próprio Ser maior, cuja essência é cura.

1.27 tasya vācakaḥ praṇavaḥ

tasya – dele; vācakaḥ símbolo, significante, palavra, nome;  praṇavaḥ – OM

O símbolo dele, de Īśvara, é OM.

1.28 taj-japaḥ tad-artha-bhāvanam

taj – aquilo; japa – repetição, recitação; tad – isso; artha – propósito, significado; bhāvanam – cultivo, realização

A repetição daquela sílaba OM leva à realização de seu propósito e significado.

    • O Universo é criado pelo som do OM, e esta é a voz de Ishvara chamando o Universo à existência.
    • O yogaterapeuta pode usar o som, incluindo o som do OM, como uma forma de conectar efetivamente o paciente à Fonte da Criação, que também é a fonte de cura.

1.29 tataḥ pratyak-cetana-adhigamo-’py-antarāya-abhavaś-ca

tataḥ- através disso; pratyak – interior; cetana – consciência; adhigama – realização; api – também; antarāya – impedimentos; abhavaḥ – negação, ausência, remoção; ca – e

Através dessa repetição, a consciência do verdadeiro Ser interior é  alcançada e os impedimentos à prática de samādhi são removidos.

    • Este sutra nos lembra que, como yogaterapeutas, estamos simultaneamente envolvidos em dois processos.
    • O primeiro é reforçar as qualidades positivas despertadas ao longo da jornada do Yoga, começando com o relaxamento, continuando com a paz interior e culminando na autocompreensão.
    • O segundo processo é fornecer uma lente por meio da qual o paciente pode ver mais claramente os obstáculos que ele mesmo coloca em seu próprio caminho de cura.

1.30 vyādhi styāna saṁśaya pramādālasyāvirati bhrānti darśanālabdha bhūmikatvānavasthitatvāni citta-vikṣepās te’ ntarāyāḥ

vyādhi – doença; styāna – apatia; saṁśaya – dúvida; pramāda – descaso; ālasya – falta de energia e entusiasmo; avirati – indulgência sensorial; bhrānti darśana – visões falsas; alabdha bhūmikatva – incapacidade de avançar; anavasthitatvāni – instabilidade; citta-vikṣepāḥ – distrações no campo da mente; te – eles (são); antarāyāḥ – impedimentos

Doença, apatia, dúvida, descaso, falta de energia e entusiasmo, indulgência sensorial, visões falsas, incapacidade de avançar e instabilidade são as distrações do campo da mente que são impedimentos ao samadhi.

    • A doença, vyadhi, está em primeiro lugar nesta lista, lembrando-nos como é desafiador para quem sofre de doenças crônicas embarcar e permanecer na jornada da autocura.
    • Uma forma eficaz de o Yogaterapeuta trabalhar com esses antarayas é reforçar suas qualidades opostas positivas, apoiado por mudras:

1.31 duḥkha-daurmanasyṅāgam-ejayatva-śvāsapraśvāsāḥ vikṣepa sahabhuvaḥ

duḥkha – sofrimento, dor; daurmanasya – angústia, desespero, depressão; aṅgamejayatva – tremor dos membros, ansiedade; śvāsa – inalação; praśvāsāḥ – exalação; vikṣepa – distração, dispersão; sahabhuvaḥ – acompanhar, correlatos, sintomas.

Sofrimento, angústia, tremor dos membros, inalação e exalação irregulares acompanham as distrações.

    • Esses sintomas dos antarayas nos lembram que as doenças relacionadas ao estresse não são novas e que a depressão e a ansiedade já eram motivo de preocupação para Patanjali.
    • Com essa compreensão, lembramos que o estresse é a causa da maioria das doenças crônicas e que a falta de autoconhecimento é a causa do estresse.

1.32 tat-pratiṣedhārtham-eka-tattvābhyāsaḥ

tat – esses; pratiṣedha – neutralizar, prevenir; artham – como um meio de; eka – um, único, unitário; tattva – princípio, verdade, qualidade; abhyāsaḥ – prática

Como meio de neutralizar esses impedimentos, pratique uma única verdade ou princípio.

    • As ferramentas e técnicas do Yoga são quase infinitas em escopo e variedade. Nos textos do Hatha Yoga, afirma-se que existem pelo menos oitenta e quatro mil tipos de asanas.
    • No entanto, ao trabalhar na Yogaterapia, muitas vezes é útil optar por uma única ferramenta, como uma meditação guiada, um mudrá ou uma afirmação e torná-los o coração e o foco de uma prática de cura.
    • Mesmo quando usamos uma variedade de práticas, e elas progridem com o tempo dependendo da necessidade dos alunos, podemos manter um mesmo tema apoiado por diferentes ferramentas de cura.

1.33 maitrī-karuṇā-muditopekṣāṇāṁ sukha-duḥkha-puṇyāpuṇya-viṣayāṇāṁ bhāvanātaś citta-prasādanam

maitrī – bondade amorosa; karuṇā –  compaixão; mudita – alegria inerente; upekṣāṇāṁ – neutralidade, indiferença; sukha – prazer, conforto; duḥkha – dor, tristeza; puṇya – virtude, mérito; apuṇya – não virtude, demérito; viṣayāṇāṁ – em relação a; bhāvanātaḥ – através do cultivo; citta – campo mental; prasādanam – claro, sereno

A mente se torna clara e serena através do cultivo da bondade amorosa, compaixão, alegria intrínseca e neutralidade em relação ao prazer e à dor, à virtude e a não de virtude.

    • Os valores das técnicas e metodologias do Yoga serão vistos primordialmente como mudanças em nossas atitudes, crenças e tendências.
    • Essas atitudes saudáveis ​​estão incorporadas nas quatro qualidades mensuráveis ​​e essas qualidades afetarão o funcionamento geral e a saúde da mente e do corpo.

1.34 pracchardana-idhāraṇābhyāṁ vā prāṇasya

Prachchhardana – exalação; vidhāraṇābhyāṁ – controle, regulação, retenção; vā – ou; prāṇasya – da respiração

Ou, os impedimentos ao samādhi são superados pela exalação e controle da respiração.

    • Este sutra trata da percepção da respiração em oposição às técnicas de pranayama.
    • Os yogaterapeutas devem observar a respiração do paciente e apoiá-los em trazer a consciência para a sua respiração – uma ferramenta essencial na Yogaterapia.

1.35 viṣayavatī vā pravr̥ttir utpannā manasaḥ sthiti nibandhinī

viṣayavatī – tendo experiências sensoriais; vā – ou; pravṛttiḥ – consciência, percepção; utpannā – manifesto, que surge; manasaḥ – da mente; sthiti – estabilidade, firmeza; nibandhinī – estabelece firmemente.

Ou, a consciência do surgimento de experiências sensoriais assegura a estabilidade da mente.

    • O objetivo final do Yoga é a automaestria, mas ao longo dessa jornada a autoexpressão também tem um papel importante a desempenhar.
    • O yogaterapeuta oferece recursos seguros para que o paciente sinta e expresse emoções, como a “Respiração Ha” e a liberação de som e tensão durante a prática de asana.
    • Como afirma Patanjali, essa liberação emocional, quando feita dentro da estrutura da Yogaterapia, cultiva a estabilidade da mente.

1.41 kṣīṇa-vṛtter abhijātasyeva maṇer-grahītṛ-grahaṇa-grāhyeṣu tat-stha-tad-añjanatā samāpattiḥ

kṣīṇa – enfraqueceu, diminuiu; vṛtteḥ – aquele cujas flutuações mentais; abhijātasya – transparente, naturalmente puro, perfeito; eva – como, como se; maṇeḥ – cristal, joia, gema; grahītṛ – aquele que conhece; grahaṇa – processo de conhecimento; grāhyeṣu – os objetos conhecidos e experimentados; tat-stha – tornar-se focado, tornar-se estável; tad-añjanatā – assumir a cor de, assumir a forma de; samāpattiḥ – integração, fusão, absorção, coalescência

Quando as flutuações mentais estão enfraquecidas, a consciência  se torna como um cristal puro que pode refletir  a cor do que quer que seja colocado diante dele, seja aquele que conhece, o processo de conhecer ou o objeto conhecido que naturalmente se fundem em samāpattiḥ.

    • Uma característica importante da doença é a incapacidade de ver com clareza.
    • Neste sutra, Patanjali nos lembra que a essência do autoconhecimento, que também é a essência da saúde, é ganhar objetividade para que possamos nos ver, ver as outras pessoas e a vida como um todo, como são e não como queremos que sejam ou como achamos que deveria ser.

1.50 taj-jaḥ saṁskāro ’nya-saṁskāra-pratibandhī

tad – isso; jaḥ – surgido, nascido, produzido; saṁskāraḥ – impressões latentes habituais; anya – (de) outro; saṁskāraḥ – impressões latentes habituais; pratibandhī – limpa, inibe, anula, bloqueia

As impressões que surgem em r̥taṁbharā eliminam todas as outras impressões.

    • No processo da Yogaterapia, os pacientes começam a experimentar sensações e qualidades positivas que surgem em seu próprio ser.
    • Isso começa com um simples relaxamento, seguido de um desabrochar da alegria inerente e, finalmente, como uma experiência de conhecimento da verdade.
    • Este conhecimento da verdade infunde todo o nosso ser e apaga todas as crenças de imperfeição, que são substituídas pelo conhecimento absoluto do propósito e significado de nossa vida.
    • Esse conhecimento da verdade é saúde no seu sentido mais profundo.

2.1 tapaḥ svādhyāyeśvara-praṇidhānāni kriyā-yogaḥ

tapaḥ – disciplina, austeridade; svādhyāya – auto-estudo, estudo das escrituras; Īśvara – o Senhor; praṇidhānāni – entrega, devoção;  kriyā – ação, transformação; yogaḥ – união, integração

Kriyā-yogaḥ consiste em disciplina, auto-estudo e entrega ao Senhor.

2.2 samādhi-bhāvana-arthaḥ kleśa tanū-karaṇa-arthaś-ca

Samādhi – absorção meditativa; bhāvana – perceber, cultivar; arthaḥ – para o propósito de; kleśa – obstruções, aflições; tanū – enfraquecer, atenuar, diminuir; karaṇa – causa; arthaś – para o propósito de; ca – e

O propósito de kriyā-yoga é o de alcançar samādhi e enfraquecer os kleśas.

    • Kriya Yoga pode ser visto como um mapa para a saúde.
    • Começamos criando novos padrões por meio da prática e da disciplina. Nos engajamos em um processo de observação interna para ver tudo o que tem sido limitador e destrutivo e também para visualizar novas formas de ser.
    • Finalmente, despertamos o autoconhecimento que é também o conhecimento de todo o Universo e da energia e inteligência que estão no coração do Universo.

2.3 avidyā-asmitā-rāga-dveṣa-abhiniveśaḥ kleśāḥ

avidyā – ausência de sabedoria, ausência de conhecimento do verdadeiro Eu; asmitā – senso de individualidade; rāga – desejo, apego; dveṣa – aversão, antipatia; abhiniveśaḥ – medo da morte, impulso para sobreviver, ansiedade existencial; kleśāḥ – causas profundas do sofrimento

Ausência de conhecimento do verdadeiro Eu, identificação com a personalidade limitada, desejo, aversão e medo da morte são os kleśās, as causas básicas do sofrimento.

    • A palavra klesha vem da raiz klish, que significa impuro e doloroso. Os kleshas são, portanto, a raiz da doença.
    • O caminho do Yoga é uma jornada de remoção dos kleshas e de abertura de um espaço de clareza criado, reconhecendo nosso verdadeiro Ser que é sinônimo de autocura.
    • O Yogaterapeuta, mesmo quando trabalha com técnicas básicas com o objetivo específico de relaxamento e controle do estresse, sempre mantém os kleshas em vista como a fonte mais profunda de doenças.

2.11 dhyāna heyāḥ tad-vr̥ttayaḥ

dhyāna – meditação; heyāḥ – dissolvido, destruído, resolvido; tad – esses; vr̥ttayaḥ – atividades da mente

Esses vrttis, os kleshas, são destruídos através da meditação.

    • Todas as técnicas que ensinamos na Yogaterapia estão, em última análise, guiando o aluno em direção a uma experiência de meditação na forma de aquietar a mente e, por fim, reconhecer o Eu interior, cuja natureza é o silêncio.

2.12 Kleśa mūlaḥ karma-aśayo dr̥ṣṭādr̥ṣṭa-janma-vedanīyaḥ

Kleśa – aflição; mūlaḥ – raiz, origem; karma – ação; aśayaḥ – acumulação, depósito; dr̥ṣṭa – visto (nesta vida); adr̥ṣṭa – não visto, (de outras encarnações); janma – nascimentos, encarnações; vedanīyaḥ – experienciados

Os kleśas são a causa raiz do acúmulo de karma experienciado nesta ou em outras encarnações.

    • Frequentemente pensamos no karma como um depósito acumulado em vidas anteriores, mas o karma também é a soma total de nossos pensamentos, crenças, estilo de vida e atividades do dia-a-dia.
    • O Yogaterapeuta  cria uma abertura para o paciente ver como a soma total de seu karma está criando doença.
    • O Yogaterapeuta também abre um espaço para que o paciente veja que uma nova encarnação, uma nova forma de ser pode ocorrer a qualquer momento, quando há uma disposição para uma transformação genuína.

2.15 pariṇāma tāpa saṁskāra duḥkhaiḥ guṇa-vr̥tti-virodhāc ca duḥkham-eva sarvaṁ vivekinaḥ

pariṇāma – transformação, mudança, efeitos, resultados, consequências; tāpa – angústia, sofrimento, ansiedade; saṁskāra – impressões na memória, padrões de hábitos; duḥkhaiḥ – dor, tristeza, sofrimento; guṇa – constituintes da natureza; vr̥tti – atividades, flutuações, modificações; virodhāt – oposição interna, conflito; ca – e; duḥkham – doloroso, triste; eva – apenas; sarvaṁ – tudo: vivekinaḥ – para os que têm discernimento, para os sábios

Para quem tem discernimento, todas as experiências mundanas são dolorosas por causa do conflito e da mudança inerente aos gunas que levam à mudança contínua em que as experiências de angústia se tornam padrões que aprofundam a experiência de sofrimento.

    • Do ponto de vista do Yoga, a experiência no reino de prakriti (a realidade material) nunca fornecerá o conhecimento, a satisfação, a felicidade, a saúde ou a paz que buscamos.
    • No Yoga, escolhemos um caminho completamente diferente, no qual toda a vida é vista como uma experiência de aprendizado, levando ao despertar.
    • Essa compreensão é a chave na Yogaterapia porque é apenas abraçando essa nova maneira de ver e ser que a saúde pode se desenvolver no sentido mais profundo.

2.16 heyaṁ duḥkham-anāgatam

heyaṁ – superado, evitado, dissolvido; duḥkham – sofrimento, dor; anāgatam – ainda por vir

O sofrimento que ainda está por vir pode ser evitado.

    • Este sutra nos lembra que, embora o sofrimento e a doença do passado sejam reais, eles não precisam continuar.
    • Ao mudar nossa atitude, prioridades e uso de tempo e energia, todas as formas de doença podem ser liberadas, permitindo-nos continuar no futuro com saúde, felicidade e clareza.

2.33 vitarka bādhane pratipakṣa bhāvanaṁ

vitarka – pensamentos negativos; bādhane – perturbação; pratipakṣa – pensamento ou princípio oposto; bhāvanaṁ – cultivo

Quando esses valores universais e observâncias espirituais são perturbados por pensamentos negativos, o pensamento positivo oposto deve ser cultivado.

    • Na Ygaterapia, precisamos criar um espaço onde as formas negativas e limitantes de ver e ser são substituídas por formas positivas.
    • Isso é muito mais do que um exercício de pensamento positivo e está incorporado no seguinte processo.
    • O cultivo da habilidade de fazer o oposto do que nossos instintos nos dizem para fazer é referido nos Yoga Sutras de Patanjali como pratypaksha bhavana, que significa literalmente visualizar o pensamento ou qualidade oposta como uma resposta a todas as formas de negatividade.
    • Simplesmente tentar pensar em algo positivo quando estamos nos sentindo negativos pode levar à repressão, o que pode ter consequências negativas.
    • Portanto, pratypaksha bhavana não é apenas substituir um pensamento negativo por um positivo, mas um processo de compreensão que nos permite transformar a negatividade em positividade.
    • Este processo faz uso de técnicas de pranayama, incluindo o Kapalabhati:
      1. Traga à mente um problema que você está enfrentando atualmente e que gera algum tipo de negatividade, como raiva, medo, aversão, desconforto ou aborrecimento. Observe os pensamentos e sentimentos que acompanham esse padrão.
      2. Traga essa situação e os sentimentos que a acompanham para o seu corpo e observe onde eles vivem, bem como seu tamanho, forma, cor, textura e quaisquer símbolos que os acompanhem. Dedique algum tempo para sentir onde esse padrão vive em seu ser.
      3. Execute 27 rodadas de Kapalabhati, desenvolvendo abertura e clareza para sentir esse padrão de pensamento e sentimento com ainda mais clareza.
      4. Reserve algum tempo para dialogar com esse padrão de pensamento ou sentimento, basicamente permitindo que ele conte sua história, como percebeu o que aconteceu e como ficou magoado, com medo, com raiva, etc.
      5. Permitir que os demais envolvidos nesta situação, mesmo que em um passado distante, também contem sua história, começando a perceber que a nossa não é a única forma de perceber a situação.
      6. Execute mais 27 rodadas de Kapalabhati, desenvolvendo abertura e clareza para ver todas as perspectivas envolvidas na situação.
      7. Observe que essa situação tem uma carga emocional para você atualmente, mas que não é nova, uma vez que reflete crenças que tendem a recriar padrões de pensamento e sentimento continuamente, com personagens e lugares diferentes, mas com o mesmo tema geral.
      8. Reflita sobre outras situações semelhantes que você já passou, observando como o padrão de pensamento e sentimento é o mesmo.
      9. Veja se consegue identificar uma crença em seu próprio ser que sustente esses padrões de pensamentos e sentimentos, que lhes dê energia.
        1. Essas crenças limitantes incluem toda uma gama de mecanismos de defesa desenvolvidos no início da vida para nos proteger de mágoas e perdas enquanto buscávamos por amor, pertencimento e felicidade.
        2. Essas crenças incluem “Preciso me proteger ou os outros me machucarão”, “A vida nunca é completamente segura” e “Eu sou o único que sabe fazer isso da maneira certa”.
      10. Execute mais 27 rodadas de Kapalabhati e, em seguida, descanse no espaço criado para ver se consegue identificar uma crença limitante ativa nesta situação atual.
      11. Quando essa crença foi estabelecida, foi como uma resposta a algo positivo que você estava tentando alcançar em sua vida, como aceitação, pertencimento, reconhecimento, amor ou mesmo sobrevivência.
      12. Pense em quando essa crença se desenvolveu e observe o que você realmente queria. Observe onde essa qualidade positiva reside em seu corpo, bem como seu tamanho, forma, cor, textura e quaisquer símbolos que a acompanham.
      13. Observe que você desejou essa qualidade positiva tão intensamente porque ela é, na verdade, um reflexo do seu verdadeiro Ser, quem você é, além de todas as crenças, condicionamentos e padrões de pensamento e sentimento que estão todos superpostos externamente.
      14. Faça mais 27 ciclos de Kapalabhati para integrar essa qualidade em todo o seu ser.
      15. Reavalie a situação atual e suas atitudes e visualize uma forma de pensar, sentir e responder que seja pratypaksha bhavana, exatamente o oposto do que você normalmente pensa, sente ou faz, apoiando assim a liberação de todas as formas de condicionamentos limitantes enquanto auxilia no reconhecimento de seu verdadeiro Ser.
      16. Visualize formas de como essa nova atitude pode ser colocada em prática para que suas necessidades sejam atendidas, para que o máximo de harmonia seja criado em seu ambiente, para que você pare de criar situações semelhantes no futuro.
      17. Pratique mais 27 rodadas de Kapalabhati para ajudar a visualizar essa nova forma de trabalhar com esse tipo de situação.

3.23. maitryādiṣu balāniprakāśā ‘saṁprayoge ‘ntardhānam

maitrī – loving kindness; ādiṣu – and so forth; balāni – powers, stengths

By the practice of the threefold discipline on qualities like loving kindness, we come to embody that quality.

3.24. baleṣu hasti balādīni

baleṣu – in strengths; hasti – elephants; bala – strengths; ādīni – and so forth

By the practice of the threefold discipline on elephants, and so forth, we gain their strength.

    • Esses sutras nos lembram do poder da visualização e da imaginação e de como o yogaterapeuta pode usar isso para cultivar e reforçar atitudes e qualidades positivas.

3.29. nābhi cakre kāya vyūha jñānam

nābhi – navel; cakre – at the center; kāya – body, anatomy; vyūha – organization; jñānaṁ – knowledge

By samyama at the navel center, Maṇipura cakra, knowledge of the organization of the body is gained.

3.30. kaṇṭhakūpe kṣut pipāsā nivṛttih

kaṇṭha – throat; kūpe – well, pit, hollow; kṣut – hunger; pipāsā – thirst; nivṛttiḥ – cessation

By samyama at the pit of the throat, Viśuddha cakra, cessation of hunger and thirst is gained.

3.31. kūrma nāḍyāṁ sthairyaṁ

kūrma – tortoise; nāḍyāṁ – channel; sthairyaṁ – stability, steadiness, immobility

By samyama at the tortoise channel, Muladhara cakra, steadiness is gained.

3.32. mūrdha jyotiṣi siddha darśanam

mūrdha – of the head; jyotiṣi – on the light; siddha – masters; darśanaṁ – vision

By samyama on the light in the head, Sahasrara cakra, a vision of the masters is gained.

3.33. prātibhād vā sarvam

prātibhād – spontaneous enlightenment, flash of liberating intuition; – or; sarvaṁ – all

Or, through a liberating intuition at the third eye, Ajna chakra, all knowledge is gained.

3.34. hṛdaye citta saṁvit

hṛdaye – on the heart; citta – consciousness; saṁvit – full knowledge

By samyama on the heart, Anahata cakra, full knowledge of consciousness is gained.

    • Esses sutras sobre os chakras lembram ao yogaterapeuta que a saúde e o equilíbrio do corpo sutil são aspectos essenciais da saúde geral.

3.40. samāna jayāj jvalanaṁ

samāna – middle current of life force energy; jayāt – through mastery;
jvalanaṁ – radiance, brilliance, vitality

Through mastery of samāna, (the middle current of vital energy, one gains) radiance and vitality.

    • Este sutra sobre os prana vayus lembra ao yogaterapeuta que essas correntes de energia sutil, que trazem vitalidade ao corpo físico, são uma faceta-chave da saúde e da cura.

3.41. śrotrā ‘kāśayoḥ saṁbandha saṁyamād divyaṁ śrotram

śrotrā – ear, power of hearing; ākāśayoḥ – space; saṁbandha – relationship between; saṁyamāt – by saṁyama; divyaṁ – divine, supernatural; śrotraṁ – hearing

By saṁyama on the relationship between the space element and the power of hearing, divine hearing is attained.

3.44. sthūla svarūpa sūkṣmā ‘nvayārthavattva saṁyamād bhūta jayaḥ

sthūla – gross, material; svarūpa – essential nature, own form; sūkṣmā – subtle;
anvaya – interconnection, constitution, inherence; arthavattva – purposefulness; saṁyamād – through saṁyama; bhūta – the elements; jayaḥ – victory, mastery
bhūta – the elements; jayaḥ – victory, mastery

By saṁyama on the gross nature, essential nature, subtle nature, constitution and purpose of the elements in relation to purusha, one gains mastery over them.

3.45. tato ‘ṇimādi prādur bhāvaḥ kāya saṁpat tad dharmā ‘nabhighātaś ca

tataḥ – then; aṇima – becoming minute like an atom; ādi – and so forth;
prādurbhāvaḥ – appearance of, attainment; manifestation; kāya – body; saṁpat – perfection, excellence; tat – their (the elements’); dharma – constituents, characteristics, attributes; anabhighātaḥ – unafflicted, unaffected, immune from; ca – and

Then (from the mastery of the elements), sidhis such as becoming minute manifest along with perfection of body and its immunity (from the ravages of) the elements of nature.

3.46. rūpa lāvaṇya bala vajrasaṁhananatvāni kāya saṁpat

rūpa – form, beauty; lāvaṇya – grace; bala – strength; vajra – diamond like firmness; saṁhananatvāni – structures, constituents (these are); kāya – body; saṁpat – perfection

Beauty, grace, strength, and adamantine firmness constitute perfection of the body

    • Este sutra lida com os cinco elementos em sua forma grosseira e sutil e sua relação com os sentidos lembra ao yogaterapeuta que trabalhar com essa relação é uma parte fundamental do processo de cura.
    • Equilibre os sentidos, os órgãos emparelhados e os cinco elementos com Anuloma Viloma Kapalabhati:
    • Pratique Anuloma Viloma Kapalabhati com cada um dos sentidos e órgãos emparelhados individualmente.
    • Comece seu pranayama e concentre-se primeiro nas narinas. Concentre-se na narina esquerda ao exalar com força para a esquerda e na narina direita ao exalar com força para a direita por 18 ciclos.
    • À medida que você respira, sinta também sua conexão com o elemento terra, visualizando um quadrado amarelo na base do seu corpo. Após 18 ciclos, relaxe, respirando três vezes naturalmente para sentir o equilíbrio de suas narinas e passagens dos seios nasais da face, e do olfato, integrando a qualidade de enraizamento.
    • Em seguida, concentre-se nas bochechas esquerda e direita e nos lados esquerdo e direito da boca e da língua. Concentre-se no lado esquerdo ao exalar com força para a esquerda e no lado direito ao exalar com força para a direita por 18 ciclos.
    • Ao respirar, sinta também sua conexão com o elemento água, visualizando uma lua crescente azul prateada em sua pelve. Após 18 ciclos, libre o pranayama, sentindo o equilíbrio em suas bochechas, boca, língua e paladar, integrando a qualidade da fluidez.
    • Em seguida, concentre-se em seus olhos. Concentre-se no olho esquerdo ao exalar com força para a esquerda e no olho direito ao exalar com força para a direita por 18 ciclos.
    • Ao respirar, sinta também sua conexão com o elemento fogo, visualizando um triângulo vermelho voltado para baixo em seu plexo solar. Após 18 ciclos, relaxe, sentindo o equilíbrio em seus olhos e no sentido da visão, integrando a qualidade da clareza.
    • Em seguida, concentre-se em seu pulmão. Concentre-se no pulmão esquerdo ao exalar com força para a esquerda e no pulmão direito ao exalar com força para a direita por 18 ciclos.
    • Ao respirar, sinta também sua conexão com o elemento ar, visualizando uma estrela verde de seis pontas no chakra do coração. Após 18 ciclos, relaxe, sentindo o equilíbrio em seus pulmões e a sensação do tato, integrando a qualidade da harmonia.
    • Em seguida, concentre-se nos hemisférios do cérebro. Concentre-se no hemisfério esquerdo ao exalar com força para a esquerda e no hemisfério direito ao exalar com força para a direita por 18 ciclos.
    • Conforme você respira, sinta também sua conexão com a integração de todos os elementos, visualizando o símbolo do OM em seu terceiro olho. Após 18 ciclos, libere, sentindo o equilíbrio de todos os seus sentidos e órgãos em perfeita harmonia, integrando a qualidade da unidade.

Os efeitos dos antarayas

Este sutra descreve os quatro sintomas que acompanham os antarāyas apresentados no sutra 1.30. Esses sintomas, sofrimento psicoemocional, depressão, ansiedade e respiração irregular estão intimamente relacionados à resposta crônica ao estresse e à uma ampla gama de doenças psicossomáticas.

O estresse é a carga física e psicoemocional colocada no organismo humano necessária para alcançar ou para fazer qualquer coisa. A resposta ao estresse gera energia para atender a uma necessidade percebida, recrutando recursos de muitos sistemas do corpo através da ativação do sistema nervoso simpático.

Quando a necessidade percebida é atendida, descansamos e regeneramos através da ativação do sistema nervoso parassimpático. Quando esse equilíbrio autonômico é perdido, a resposta ao estresse torna-se crônica, resultando em sobrecarga para todos os sistemas do corpo, criando condições para doenças físicas e psicológicas.

Da perspectiva do Yoga, o estresse crônico é inevitável no nível da personalidade, porque estamos buscando realização e felicidade no reino material que nunca pode nos dar o que buscamos.

Prakṛti, a realidade manifesta, nunca satisfará completamente as nossas necessidades, porque não é o destino final, apenas um campo de aprendizado que leva ao despertar de nosso verdadeiro Ser.

Tentar encontrar a felicidade e a paz definitivas onde não podem ser encontradas leva a esforços cada vez mais fortes, exigindo maiores níveis de energia e, posteriormente, estresse crônico e doenças associadas.

Por outro lado, quando nos alinhamos com o nosso verdadeiro Ser, a equanimidade que experimentamos nos permite lidar objetivamente com os desafios, conservando energia de maneira ideal, mantendo assim os níveis de estresse baixos e permitindo uma maior apreciação pelas bênçãos da vida diária.

Cada um desses sintomas dos antarāyas também é uma oportunidade de praticar pratypaksha bhavana, integrando-se em suas qualidades positivas opostas.

  • dukha engloba dor e sofrimento físico e psicoemocional. É o resultado inevitável da busca pela realização final onde não pode ser encontrada. No Yoga, o sofrimento tem três nomenclaturas principais. Adhibhautika significa pertencente aos bhutas ou seres vivos; é a dor causada por outros. Adhidaivika significa pertencente à daiva ou destino, às forças invisíveis ou divinas, incluindo desastres naturais. Ādhyātmika significa literalmente ātma ou alma e inclui o sofrimento causado por nossa própria mente através do fracasso em reconhecer a nós mesmos como espírito. Através da prática de Yoga, todas as formas de sofrimento são gradualmente transformadas em sukha, facilidade, através do reconhecimento de que a personalidade com seus desejos e necessidades não é o fim da jornada, mas apenas um veículo para se alinhar com o nosso verdadeiro Ser.
  • daurmanasya, que literalmente significa “de uma mente ruim”, refere-se à depressão, desespero e angústia. Da perspectiva do Yoga, esse tipo de sofrimento psicoemocional é o resultado de buscar a felicidade exclusivamente no nível da personalidade, onde não pode ser encontrada. Através da prática de Yoga, descobrimos recursos internos para a felicidade e a paz. Portanto, não é de surpreender que o Yoga seja um dos tratamentos mais eficazes para a depressão. Através do Yoga, o desespero e a angústia são gradualmente transformados em saumanasya, uma mente de bondade, paz e harmonia que reflete a natureza de nosso verdadeiro Ser.
  • Aṅgamejayatva, tremor dos membros, está relacionado à ansiedade e é um sintoma da resposta crônica ao estresse. A ansiedade está relacionada ao medo da perda e do abandono, frequentemente associado à falta de cuidado, acalento e segurança na infância. O Yoga apoia a cura da ansiedade, mostrando-nos segurança e apoio que surgem de nosso ser interior e gradualmente reduzem o medo e a insegurança no nível da personalidade. Através dessa prática, o medo e a ansiedade são transformados em shanti, satisfação interior e paz.
  • śvāsapraśvāsāḥ, respiração irregular e inconsciente, é um sintoma da resposta ao estresse no qual a respiração se move para a parte superior do tórax e se torna rápida e superficial de modo a absorver a quantidade máxima de energia para atender às necessidades percebidas. Isso funciona bem para emergências de curto prazo, mas quando o estresse se torna crônico, toda a nossa vida é percebida como uma emergência, e a respiração irregular e superficial torna-se crônica. Esse padrão de respiração, por sua vez, perpetua o ciclo de estresse crônico. Torna-se um padrão de respiração que sustenta a resposta ao estresse crônico e a subsequente doença da mente e do corpo. Através da prática de Yoga em geral e do pranayama em particular, a respiração irregular é transformada em pranasiddhi, a capacidade de canalizar o fluxo do prana da respiração para cultivar equilíbrio e equanimidade.

Reflexão:

Até que ponto você sentiu esses quatro sintomas de estresse crônico antes de começar a praticar Yoga? Quais ferramentas e técnicas de Yoga foram mais úteis para transformar cada um dos sintomas em seus opostos?

 

*artigo extraído do livro Yoga Sutras na Prática, de Joseph Le Page

Yoga e o coronavírus

Segundo a filosofia do Yoga, prakriti, o mundo material, existe com o objetivo de reconhecer purusha, o nosso verdadeiro Ser. Em outras palavras, o mundo é um campo de aprendizado que existe para o desabrochar de nosso verdadeiro Ser como propósito e destino de nossa vida. Se, como diz o Yoga, o mundo é um campo de aprendizado cujo objetivo é o despertar espiritual, quais são as lições a serem aprendidas com a atual pandemia do coronavírus? Embora reconheça plenamente a gravidade da situação e o medo e a ansiedade compreensíveis que o planeta inteiro está experimentando, também há algo de positivo que pode advir dela; existe também um ensinamento?

Refletindo sobre isso, vários temas se apresentam:

Fragilidade – Os sistemas sociais, políticos e econômicos que sustentam a vida dos seres humanos, incluindo governos, sistemas de saúde e empresas, esforçam-se por apresentar uma imagem de permanência, estabilidade e até invencibilidade. A crise atual nos lembra a nossa fragilidade e vulnerabilidade fundamentais. Este vírus é uma tragédia humana, especialmente porque tira de nós aqueles que devem ser mais valorizados, os fracos e os idosos. Comparado a outras pandemias no passado, no entanto, esse vírus não está entre os mais ameaçadores à vida. Mesmo assim, está além da capacidade de muitos governos e sistemas de saúde de lidar com isso de maneira eficaz. Do ponto de vista do Yoga, essa fragilidade é inerente ao nosso meio, que está sujeito a constantes mudanças. Essa impermanência inerentes a todas as coisas criadas são um lembrete vívido de que essa vida não é para ser um fim, mas apenas um meio para o reconhecimento de nosso verdadeiro Ser, uma fonte de força interior, de quietude e de paz, que está sempre presente, independente do que esteja ocorrendo em nosso entorno.

Interconectividade – Houve pandemias muito piores no passado, mas o mundo nunca foi tão interconectado e interdependente quanto é hoje. No passado, crises aconteciam em outros países, lugares distantes, sem relação direta com as nossas vidas. Hoje, porém, a mutação de um vírus em um mercado de animais silvestres na China quase instantaneamente se torna uma crise para todo o planeta, não apenas do ponto de vista da saúde, mas também por todas as implicações econômicas de larga escala. O Yoga nos ensina a consciência de nossa interconectividade, de que todo pensamento e ação são como pedras jogadas em um lago cujas ondas se espalham infinitamente. Portanto, o Yoga ensina a consciência em todas as nossas atividades com uma compreensão de como elas afetarão os outros e a sociedade em geral. O Yoga ensina a interconectividade de todas as coisas, de modo que nós, como espécie, não podemos mais nos dar ao luxo de agir de maneira individual ou egoísta.

Respeito à natureza – É um fato conhecido que o coronavírus pode se espalhar a partir de criações impróprias e não naturais de espécies selvagens, mas o que é menos conhecido é que esse tipo de transmissão é mais provável quando essas espécies estão sob estresse. Esse vírus se originou na China, mas o número de lugares no planeta em que a natureza está ameaçada e sob estresse é numeroso e aumenta exponencialmente. Não podemos nos separar dos ciclos e ritmos da natureza cuja essência é equilíbrio e harmonia; não podemos esperar que a natureza seja paciente conosco indefinidamente, mesmo que nosso abuso do mundo natural continue incessantemente. Este vírus não pode ser visto separadamente do desmatamento e do aquecimento global. A natureza é Gaia, uma entidade viva cujo cuidado e equilíbrio são agora uma necessidade absoluta para a sobrevivência de nossa espécie.

Simplicidade – Muitos de nós ao redor do planeta agora vivem sob restrições nas quais apenas serviços essenciais, como saúde, alimentos e medicamentos, estão funcionando. Com a maioria de nossos comércios fechados, temos a possibilidade de ver quantos de nossos desejos e necessidades realmente vão além do que é absolutamente necessário. O Yoga nos diz que a busca pela satisfação através das coisas materiais nunca será suficiente, porque o mundo material não era para ser um fim em si mesmo, mas apenas um meio de descobrir o contentamento intrínseco de nosso verdadeiro Ser. O Yoga também ensina que buscamos satisfação e felicidade em nosso entorno de maneira tão compulsiva, porque o prazer que experimentamos através das coisas materiais é um vislumbre da completa paz de nosso verdadeiro Ser que, de alguma forma, sabemos que está sempre presente e à espera. Talvez este seja um momento para refletir sobre nossos verdadeiros desejos, necessidades e prioridades, nos perguntando se a felicidade que buscamos está nas coisas materiais ou se já está realmente presente em nosso próprio Ser, mais próximo de nós que a nossa própria respiração, esperando apenas para ser reconhecido claramente.

Apreciação – Neste momento de crise, muitos estão separados das coisas que estão acostumados a fazer, coisas que proporcionam prazer e conforto, e mesmo aquelas que apoiam nosso crescimento e despertar espiritual. Algumas são coisas simples, como encontrar-se com amigos e familiares, ir a uma aula de Yoga ou outra atividade em grupo, passear no parque ou ir à praia. Talvez esse momento de distanciamento social seja um tempo para uma apreciação mais profunda dos bençoes que recebemos em cada momento da vida diária. Essa pandemia nos lembra que até a nossa respiração é um presente e que devemos viver e respirar a cada momento, mesmo os mais desafiantes, com muita gratidão e apreciação.

Autonomia e liberdade – De acordo com o Yoga, prakriti existe para purusha; toda a criação é um campo de aprendizado cujo propósito é despertar para o nosso verdadeiro Ser. O corpo é um veículo precioso para essa jornada e, em tempos de crise, é normal que a sobrevivência, tanto física quanto econômica, se torne prioridade. E embora este seja um momento para se concentrar em manter-se fisicamente saudável, também deve ser um tempo para se concentrar no objetivo e propósito finais deste corpo, que, da perspectiva do Yoga, é conhecer o verdadeiro Ser além de qualquer dúvida, teoria e questionamento, através do despertar espiritual. E enquanto o ser físico é finito, o verdadeiro Eu é infinito e imortal; é quem nós somos na realidade, quem sempre fomos e quem sempre seremos. Mesmo que valorizemos o que é finito neste momento de crise, este também é um momento para também priorizar ao que é imortal, infinito, e sempre esperando para ser visto, o nosso Ser Real, através das práticas de Yoga e Meditação,

História e contexto da Yoga Integrativa

Yoga para a saúde da pessoa como um todo

O movimento em busca de saúde para corpo-mente estava ganhando aceitação no mundo, principalmente pela compreensão de que os estados positivos ou negativos da mente afetam realmente a saúde e a cura. Claro que isso é algo que o Yoga já havia compreendido há milhares de anos. O Yoga Vashistha, datado do século V, apresenta isto de forma clara e simples: “a boa saúde vem de bons pensamentos e a doença é o efeito do pensamento negativo”. Portanto, embora a compreensão da saúde corpo-mente não seja algo novo, a pesquisa científica sobre os efeitos das atitudes e do estilo de vida na saúde é relativamente nova.  A Yogaterapia Integrativa, fundada por Joseph Le Page em 1993, foi o primeiro programa de treinamento a explorar a interface do Yoga e a saúde e cura do corpo-mente. A primeira Formação em Yogaterapia Integrativa no Brasil foi realizada em 1996.

Os alunos deste programa eram essencialmente professores de Yoga que queriam entender a dimensão corpo-mente e incluí-la em seu trabalho, tanto em grupos terapêuticos quanto em sessões individuais de Yogaterapia. O que percebemos foi que os professores de Yoga que ingressavam em nossa Formação em Yogaterapia careciam de conhecimentos em muitas áreas de teoria e prática do Yoga, fundamentais  para estudos mais avançados. Alguns não tinham um entendimento técnico das posturas de Yoga; outros não tinham uma compreensão do contexto espiritual da prática do Yoga e muitos não tinham habilidades de ensino e comunicação. Joseph Le Page e Lilian Aboim criaram, então, a Formação de Professores de Yoga Integrativa para atender à necessidade de formar um professor de Yoga completamente preparado para cuidar da saúde da pessoa como um todo. Este abrangente programa de treinamento de professores de Yoga é oferecido no Centro de Montanha Encantada, em Garopaba (SC), desde 2003.

Existem vários princípios essenciais que formam a base da Formação de Professores de Yoga Integrativa e que a tornam única:

Yoga para a saúde da pessoa como um todo – As aulas de Yoga Integrativa oferecem uma abordagem equilibrada para a saúde em todas as dimensões da pessoa: física, energética, psicoemocional e espiritual.

Posturas de Yoga dentro do contexto geral do desenvolvimento humano – As poses de Yoga são veículos poderosos para a saúde e a cura e nossos alunos desenvolvem um profundo domínio sobre elas, não como fins em si mesmos, mas como meios para se tornar um Ser humano pleno e completo.

Experienciar os benefícios da aula de Yoga na vida diária – As habilidades e insights que os alunos obtêm sobre si mesmos e suas vidas na Yoga Integrativa permitem que eles usufruem dos benefícios do Yoga fora do tapetinho e os integrem à vida diária como um senso aprimorado de contentamento, paz interior, realização e propósito.

Integração de todas as facetas do Yoga na aula de Yoga – A saúde e a plenitude cultivadas pela Yoga Integrativa são apoiadas por uma integração equilibrada de todas as ferramentas e técnicas do Hatha Yoga em cada aula, incluindo asana, pranayama, mudrás, afirmações, relaxamento e meditação.

Aulas de Yoga apropriadas para diferentes níveis – Os professores de Yoga Integrativa desenvolvem a habilidade de ajustar as aulas de Yoga às necessidades individuais, para que diferentes níveis possam praticar efetivamente na mesma classe.

Aulas com temas que dão foco e significado para cada experiência – Esses temas podem estar relacionados a áreas específicas da prática, como desenvolvimento de força ou equilíbrio, e também podem ser usados ​​para cultivar qualidades específicas, como autoestima, paz interior e clareza. Essas qualidades são, às vezes, apoiadas por mudrás e afirmações que permitem uma integração mais completa.

Aprendizado experiencial – Durante o programa de formação de professores, todas as disciplinas, incluindo filosofia do Yoga, anatomia e fisiologia, são ensinadas experimentalmente, fazendo e sentindo na mente e no corpo, em vez de intelectualmente ou teoricamente, permitindo que sejam integradas completamente. Os professores podem então aplicar essa abordagem experiencial em suas próprias aulas.

Professores formados completamente prontos para ensinar – Devido à natureza profunda do programa e uma metodologia de dez etapas que cobre todos os aspectos da pedagogia do Yoga, desde a recepção dos alunos até o relaxamento final, os novos professores de Yoga Integrativa concluem o curso totalmente preparados para oferecer aulas de Yoga para o público. Cada novo professor conduz uma aula completa para um pequeno grupo de colegas antes da conclusão do programa de formação.

Material de apoio – A editora Yoga Integrativa oferece uma ampla gama de materiais de apoio para o estudo do Yoga, incluindo o Guia Prático de Posturas de Yoga (Guippy) e o livro Mudrás para Cura e Transformação. Estes materiais estão entre os textos mais utilizados em programas de formação de professores nos EUA e no Brasil. Novos produtos estão sendo constantemente desenvolvidos e introduzidos.

Foco no aluno e não no professor – Algumas formas de Hatha Yoga são hierárquicas e dogmáticas, com foco na organização e em um guru ou professor. A Yoga Integrativa foca nas necessidades individuais únicas de cada aluno como um meio para a saúde e cura da pessoa como um todo, sem qualquer forma de hierarquia religiosa.

Cada professor de Yoga é único – Algumas formas de Hatha Yoga ensinam uma sequência ou sequências inalteráveis e o aluno precisa se moldar a essa metodologia. Na Yoga Integrativa, oferecemos uma base firme sobre todos os aspectos do ensino de Yoga, o que permite que cada um de nossos professores desenvolva a sua própria abordagem criativa e única do ensino de Yoga, com base em seus interesses e nas necessidades de seus alunos. Esta abordagem individualizada também reduz drasticamente a possibilidade de lesão.

Criatividade e diversão nas aulas de Yoga – Os professores de Yoga Integrativa aprendem uma ampla gama de técnicas especiais, desde movimentos somáticos a Yoga em dupla, uso de props e como usar as fichas do Guippy e os mudrás para tornar as suas aulas uma experiência de aprendizado criativa e cativante de modo que o seu aluno retorne continuamente.

Autoconhecimento – O foco global em todos os aspectos do Yoga, apoiados pela metodologia experiencial, permite que professores e alunos tenham uma experiência vivida da essência do Yoga, cultivando um crescente senso de liberdade, autonomia, paz interior e uma compreensão do seu verdadeiro propósito de vida.

Unificando as Definições de Yoga

O significado do Yoga não cabe em uma única definição, mas sim em várias definições interrelacionadas, que se unem para formar uma visão do Yoga muito além de palavras e conceitos. Juntas, essas definições formam uma mandala, um círculo de conhecimento, que inclui e transcende os vários tons de significados do Yoga, e que nos guia à sua essência: a verdade de nosso próprio Ser que é simultaneamente a verdade de toda a Criação, a qual palavras podem até explicar, mas jamais conseguirão expressar completamente.

A raiz sânscrita da palavra Yoga é yuj, que significa “unir-se”. Existem muitos cognatos para a palavra Yoga nas línguas indo-européias, como “yoke”, em inglês, ou “conjugar”, no português, que também significam “unir”. O conceito de Yoga como união engloba uma ampla gama de significados, cada um dos quais contribui para o entendimento do Yoga como um todo. O significado final de Yoga como união é a junção da alma individual, Atman, com o Eu Universal, Brahman, que é a compreensão de que o objetivo primordial da jornada de vida de cada indivíduo é a união com o seu Ser Real, que é ao mesmo tempo o Ser Universal e a Fonte da Criação.

Começamos essa jornada de união no nível mais palpável: a união com o nosso próprio corpo. Embora nos relacionemos com o corpo como “eu” e “meu”, nosso relacionamento muitas vezes carece de profundidade ou intimidade real.

De fato, nosso corpo é frequentemente tratado como um objeto ligeiramente estranho, usado pela personalidade cotidiana em sua busca por sobrevivência, reprodução e hierarquia social. Através do Yoga em geral, e através das técnicas do Hatha Yoga em particular, nos unimos completamente ao nosso corpo, otimizando o seu funcionamento e transformando-o em um veículo apropriado para a jornada de união com o nosso Ser Real.

Essa união com o corpo serve como base para nos unirmos à nossa respiração, através do pranayama, a ciência da respiração yoguica. À medida que desenvolvemos o domínio sobre a nossa respiração, equilibramos o sistema nervoso, reduzindo estresse e cultivando equanimidade, o que serve como um alicerce para a nossa jornada de união com o nosso Ser Real.

A união com a respiração naturalmente desperta a consciência para o nosso corpo de energia sutil, uma dimensão expansiva do nosso ser que transcende completamente nossos pensamentos, sentimentos e crenças cotidianas, afrouxando, assim, a nossa rígida identificação com a personalidade.

A união com a nossa respiração e com o nosso corpo de energia sutil cultiva uma expansividade em nosso ser psicoemocional, que nos permite olhar para ele com mais abertura e objetividade. Por fim, passamos a enxergar a mente cotidiana, manas, não mais como a nossa verdadeira identidade, mas como um lugar onde os padrões limitantes de pensamentos, sentimentos e crenças habitam.

O primeiro passo para a liberação desses condicionamentos é nos unirmos a eles profundamente de modo a tomar consciência de como eles causam sofrimento e limitação. Através de uma maior intimidade e consciência do nosso ser psicoemocional, vemos que a personalidade é, na verdade, um composto de camadas de condicionamentos na forma de instintos evolutivos de sobrevivência e influências da cultura, sociedade e família, todos distintos do nosso Ser Real. 

Esse gradual reconhecimento da natureza limitante dos condicionamentos da personalidade naturalmente desperta a nossa mente superior, buddhi, que nos permite testemunhar pensamentos, sentimentos e crenças limitantes sem reprimir, reagir inconscientemente ou se identificar com eles como “eu” e “meu”.

À medida que nos unimos mais profundamente com a mente superior, o testemunho torna-se espontâneo e natural, e gradualmente vamos liberando as nossas tendências de negatividade e hostilidade, e os sentimentos de inadequação ou incapacidade. Essa união com a nossa mente superior através do testemunho consciente é especialmente importante nos momentos em que experienciamos perda, dor e sofrimento, uma vez que, por trás de toda experiência de limitação, sempre existe a possibilidade de enxergar uma crença limitante que é a causa da dor psicoemocional. 

Através da consciência e liberação de pensamentos, sentimentos e crenças limitantes, um espaço é criado para a compreensão do significado de Yoga como união no seu senso mais completo de união com o Ser Real. Esta união não é algo que criamos ou conquistamos, mas simplesmente é o enxergar claramente todas as crenças limitantes, confusões, falsas percepções e condicionamentos. Este Ser Real é a pura consciência, inerentemente pleno, o Ser Universal no coração de toda a criação, cuja verdadeira essência é união.

A natureza do Ser Universal e os meios para atingir essa união são esclarecidos por outras definições do Yoga, encontradas no Bhagavad Gita. A primeira destas está no Bhagavad Gita 2.50:

 

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